
Hoje é dia de festa aqui no Hábito de Quadrinhos: completamos um ano de existência!
Antes de irmos adiante: muito obrigado pela companhia!
Nestes 12 meses, procuramos abordar HQs nacionais, argentinas, dos EUA (de super-heróis ou não), europeias, africanas e asiáticas.

Neste 22 de abril, resolvi comemorar de uma maneira diferente: reapresentando dez matérias que foram publicadas por aqui e das quais gosto muito. Talvez você não as tenha visto!
Como o mundo das HQs é vasto e o site tem muitas editorias, eu as apresento divididas aqui exatamente como estão no site, bem como o início de cada texto para te convidar à leitura.
Antes de entrarmos lá, devo dizer que a imagem que abre esta coluna é a primeira caricatura que fizeram de mim, quando tinha apenas um dia de vida. Quando nasci, a Laerte desenhou minha mãe e eu, felizes e de bem com a vida. Quando o poeta Drummond nasceu, um anjo foi lá e o orientou a “ser gauche na vida”. No meu caso, a Laerte veio e me deu uma dica: “dê uma chance aos quadrinhos… você vai curtir muito!”.

Biblioteca Nacional disponibiliza acesso à coleção completa do “Pasquim”
Quando os amigos dos meus pais e meus parentes mais velhos percebiam que eu lia quadrinhos sempre que respirava, havia algumas reações em comum. A maioria me estimulava – afinal, ler só faz bem. Outros eram nostálgicos e citavam Bolinha, Luluzinha, Príncipe Valente… E havia uma palavra mágica que volta e meia aparecia: “Pasquim”.

Laerte teve alta! E que lindo foi o apoio dos quadrinistas…
Nossa querida Laerte teve, ontem, alta do hospital, onde foi internada em 21 de janeiro com Covid-19. O tratamento continua em casa.
Algo lindo no processo foi o apoio dado pelos quadrinistas brasileiros: uma tira colaborativa contínua, um “cotovelaço” virtual. Havia um desenho original, com a Laerte no lado esquerdo do quadro e um vazio na metade direita. Assim, artistas brasileiros criaram, cada qual ao seu estilo, sua maneira de preencher este branco, dando um “cotovelação” e desejando saúde e forças para ela.

Por que Miracleman, obra fantástica de Neil Gaiman e Alan Moore, não chegou ao fim no Brasil?
Acho que quem é colecionador, mais do que leitor, vai concordar comigo. Ler uma HQ nova é muito legal; achar uma obra rara, mais ainda.
Uma vez, eu estava na Vila Sabrina e entrei em uma banca velhinha. Saí de lá com uma HQ barata, com um personagem do qual eu nunca havia ouvido falar: Miracleman. Era de uma editora pouco conhecida, com um papel estranho, um tamanho de gibi que eu nunca havia visto, e a revisão parecia ter sido feito com pressa (fiquei com a impressão de que algumas palavras foram coladas sobre outras). Para piorar, na capa ele era chamado por dois nomes: Miracleman e Jack Marvel. Fui ler sem muita expectativa.
Miracleman se revelou uma das melhores histórias de super-heróis que já li na vida.

Mangá sobre surda vai virar musical para ser assistido por não-ouvintes
Publiquei esta semana, na TV Cultura, uma entrevista com os professores Kelly Cezar, ouvinte, e Danilo Silva, surdo, sobre o projeto “HQ’s sinalizadas”. Esta é uma série de quadrinhos escritos em Libras, a língua brasileira de sinais, usada pela comunidade surda e por não surdos.
Por coincidência, vi algo muito legal no Shoujo Café: o mangá “Yubisaki to Renren”, de Suu Morishita, vai virar um musical.

Sr. José Ruy, qual o segredo para produzir HQs aos 90 anos?
Quando um artista do nível do português José Ruy, de 90 anos, fala de quadrinhos, é um privilégio ouvir. Afinal, ele tem 76 anos de carreira. Se contabilizar as HQs que fazia aos 5 anos e distribuía aos parentes, o número aumenta: são 85 anos de criatividade, com 53 livros já publicados por 13 editoras. E tem mais a caminho.
Não é à toa que José Ruy é um dos homenageados da edição deste ano [2020] do Festival de Amadora de Bandas Desenhadas, inaugurado na semana passada – evento que acontece de maneira virtual por conta da Covid-19.

Finalmente! “Estranhos no Paraíso” é publicada até o fim no Brasil
Quando comecei a ler “Estranhos no Paraíso”, de Terry Moore, gostei bastante. Do roteiro, da arte linda e de uma coisa que sempre me tira da zona de conforto: a incapacidade de enquadrar facilmente em um gênero. É uma comédia? Romance? Aventura? Drama?

“Brasil é mais africano do que europeu. Por que não deveríamos ler HQs africanas?”
“Brasil é um país mais africano do que europeu. Então por qual razão não deveríamos tratar dos quadrinhos africanos?”
Quem faz este questionamento é o acadêmico mineiro Márcio Rodrigues. Ele fala com conhecimento de causa. Afinal, ele é o criador e professor do Curso Quadrinhos Africanos. Como estamos na Semana da Consciência Negra, quis aprender bem mais sobre estas HQs tão diversificadas, mas que raramente chegam ao Brasil.

Y un día ocurrió. Un impacto mundial. MARADONA
E um dia aconteceu. Um impacto mundial. Uma notícia que marca uma dobradiça na história. A frase que foi escrita várias vezes, mas foi driblada pelo destino, agora faz parte da triste realidade: Diego Armando Maradona morreu.
Assim o jornal argentino “Clarín” noticiou a morte do craque Diego Armando Maradona.

*** Artigos que cabem em mais de uma editoria ***
Como explicar para uma criança o que são histórias em quadrinhos?
A Rádio Brasil de Fato me procurou com um convite divertido: gravar um áudio, bem curto, destinado ao público infantil. A ideia era explicar para uma criança, em no máximo três minutos, o que são histórias em quadrinhos. De quebra, eu devia contar algo de como era ler e colecionar HQs quando eu era criança.

Dia dos Professores! Veja lista com dez mestres que povoam as HQs
Se você é professor, parabéns! Se não é, tenho certeza de que se lembrou de muitos que marcaram a sua vida. Eu pensei em uns dez que me ensinaram muita coisa – e em dez que nunca conheci pessoalmente, pois que só existem nas páginas dos quadrinhos. Veja dez mestres que brilham muito nas HQs.
Parabéns Pedro
Tudo que é feito com amor é supimpa.
Muito obrigado! Seu elogio vale muito para mim!