Quando comecei a ler “Estranhos no Paraíso”, de Terry Moore, gostei bastante. Do roteiro, da arte linda e de uma coisa que sempre me tira da zona de conforto: a incapacidade de enquadrar facilmente em um gênero. É uma comédia? Romance? Aventura? Drama?
Foi a editora Abril quem publicou os três primeiros volumes desta saga no Brasil. Depois, a obra foi pingando de editora em editora, mas nunca chegando ao fim – o Universo HQ conta essa história confusa aqui.
Agora, felizmente, os leitores brasileiros poderão ler a obra impressa até o final. A editora Devir já colocou em pré-venda o sexto volume de sua coleção “Estranhos no Paraíso”, que reúne as 107 histórias publicadas de 1993 a 2007.
É difícil resumir essa obra, não só pelo tamanho. Todos os seus personagens são complexos, cheios de subtextos e segredos. Mas vou tentar.
O erudito e artístico David é apaixonado pela porralouca Katchoo, que ama sua melhor amiga, a doce e sensível Francine. Entram aí no rolo uma rede de prostitutas de luxo, famílias disfuncionais e uma porrada de segredos. Para melhorar, Moore não é um quadrinista acomodado: mistura sua narrativa cativante com inovações como páginas de prosa, versos líricos e até uma hilária sátira de Xena, a Princesa Guerreira.
Se você gosta de comédia, romance, aventura ou drama, recomendo. É quadrinho de alta qualidade. E acho que, quando terminar o último volume, ainda não saberei em quais desses gêneros a história mais se enquadra. Ainda bem!