Se você é professor, parabéns! Se não é, tenho certeza de que se lembrou de muitos que marcaram a sua vida. Eu pensei em uns dez que me ensinaram muita coisa – e em dez que nunca conheci pessoalmente, pois que só existem nas páginas dos quadrinhos.

Veja, abaixo, dez mestres que brilham muito nas HQs. 🙂

Professora Maluquinha, de Ziraldo

Ela até tem nome, Catarina, mas devido à alegria e à criatividade na sala de aula, ficou conhecida como Professora Maluquinha.

A criação do Ziraldo virou até filme, estrelado pela carismática Paolla Oliveira.

Professor Xavier, de Stan Lee e Jack Kirby

Praticamente qualquer X-Men se encaixa aqui – afinal, são todos professores. Mas escolhi o professor Charles Francis Xavier por ser o fundador da escola e o homem por trás do sonho de que pessoas diferentes (aparência, orientação sexual, religião etc) podem (e devem!) viver harmoniosamente.

Décadas depois, ele ainda está tentando isso.

Dona Marocas, de Maurício de Sousa

É uma turma e tanto: Chico Bento, Rosinha, Zé Lelé, Zé da Roça… E, comandando essa turma de aplicados alunos da Vila Abobrinha, está a carinhosa Dona Marocas Salgado.

Professora Wormwood, de Bill Watterson

Calvin é hilário, deve ser um ótimo amigo. Mas imagine o trabalho da professora Wormwood para fazer com que ele se interesse pelas aulas…

Professora Donovan, de Charles M. Schulz

As tiras do Snoopy têm duas professoras marcantes: a senhorita Othmar, por quem o Linus se apaixona platonicamente, e a sra. Donovan, que tem Charlie Brown entre seus alunos. Nenhuma das duas aparece nas HQs (como nenhum adulto, aliás), mas suas presenças são muito sentidas (como a de todo bom professor, aliás).

Acho divertido como a sra. Donovan é retratada nos desenhos animados: além de não aparecer, suas palavras são incompreensíveis: há apenas um “wahwahwah” contínuo. Podemos entender que os alunos têm dificuldade em entender suas lições. Ou que as histórias focam apenas nas crianças, e são elas que importam. Ou apenas que é engraçado.

Professor de Mangá, de Osamu Tezuka

Maior mangaká (artista de mangá) de todos os tempos, Tezuka lançou, no início da carreira, um livro metalinguístico: um mangá que ensina a fazer mangá. Coloco aqui o protagonista-e-professor dessa interessante edição – senão o primeiro, certamente um dos primeiros livros sobre como criar quadrinhos.

Les Profs, de Erroc, Sti, Pica, Mauricet e Simon Léturgie

Essa HQ francesa de humor está aqui pelo conjunto da obra: a série inteira gira ao redor de professores (não à toa, o título é “Les Profs”). Ao todo, são nada menos do que 33 professores que aparecem! Claro que nem todos com o mesmo destaque…

Essa série já virou duas comédias para o cinema, e uma terceira está a caminho – todas dirigidas por Pierre-François Martin-Laval.

Professor Pardal, de Carl Barks

Este aqui é uma “menção honrosa” na lista: o Professor Pardal, cujo nome virou sinônimo, aqui no Brasil, de quem inventa demais. Técnicos de futebol que escalam jogadores fora de posição, por exemplo, são chamados de “Professor Pardal” pela torcida – só caso não dê certo, claro. Mas ele não leciona: é um cientista! O tradutor brasileiro deu uma de Professor Pardal ao traduzir seu nome (Gyro Gearloose, em inglês).

Professor Ludovico, de Walt Disney, Mitt Kahl e Ward Kimball

Esse sim! Ludwig Von Drake (nome original do Professor Ludovico) é o verdadeiro grande mestre de Patópolis e arredores. As histórias exploraram pouco sobre ele: nasceu na Áustria e é tio do Donald. Além disso, só sabemos que é fera no ensino e sabe tudo sobre qualquer coisa…

Professora da turma da Mafalda, de Quino

Imagino que ter uma aluna doce e inteligente como a Mafalda seja um desafio. E alunos tão diferentes como Manolito, Felipe, Liberdad… Saber lidar com tantas diferenças é o arroz-com-feijão de todos os docentes. Para mim, é uma tarefa hercúlea, o que só aumenta a minha vontade de homenagear todos os professores mundo afora. Parabéns!

ps – aproveito para homenagear três professores que amo: meu primo Felipe, professor de educação física; minha tia Cleusa, professora de história; e meu pai, Tonhão, professor de física.

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Escrito por

Pedro Cirne

Meu nome é Pedro, nasci em 1977 em São Paulo e sou escritor e jornalista - trabalho no Estadão e escrevo sobre quadrinhos na TV Cultura.
Lancei dois livros: o primeiro foi "Púrpura" (Editora do Sesi-SP, 2016), graphic novel que eu escrevi e que contou com ilustrações 18 artistas dos oito países lusófonos: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste. Este álbum contemplado pelo Bolsa Criar Lusofonia, concedido a cada dois anos pelo Centro Nacional de Cultura de Portugal.
Meu segundo livro foi o romance "Venha Me Ver Enquanto Estou Viva”, contemplado pelo Proac-SP em 2017 e lançado pela Editora do Sesi-SP em dezembro de 2018.
Como jornalista, trabalhei na "Folha de S.Paulo" de 1996 a 2000 e no UOL de 2000 a 2019.

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