Usando uma expressão corrente, houve um tempo em que o mercado brasileiro de quadrinhos “era mato”. Ou seja, sobrava criatividade. Temos, por exemplo, o curioso caso dos X-Men publicados no Brasil e inéditos nos EUA.

Os X-Men, como todos nós, mutantes ou não, cansamos de saber, são super-heróis da Marvel Comics. Suas aventuras só podem ser publicadas – ou republicadas – com aval da editora. Em 1969, a editora GEP lançou a primeira revista brasileira dos X-Men, com histórias da dupla Stan Lee e Jack Kirby (abaixo). Mas a edição nacional era maior que a americana, e como preencher aquelas páginas brancas?

A GEP produziu várias HQs curtas dos X-Men, escritas por Gedeone Malagola e ilustradas por Walter Gomes – confesso que não fui atrás para saber se tinham o aval da editora americana.

E é este material que está disponível no livro “Os X-Men Que Só O Brasil Conheceu“, lançado no ano passado pelas editoras Criativo e GRRR!. Não sei se o sisudo professor Xavier aprovaria a iniciativa de ter suas histórias publicadas fora da cronologia oficial da Marvel, mas o Wolverine, com um charutão num canto da boca e um sorriso no outro, com certeza se divertiria.

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Escrito por

Pedro Cirne

Meu nome é Pedro, nasci em 1977 em São Paulo e sou escritor e jornalista - trabalho no Estadão e escrevo sobre quadrinhos na TV Cultura.
Lancei dois livros: o primeiro foi "Púrpura" (Editora do Sesi-SP, 2016), graphic novel que eu escrevi e que contou com ilustrações 18 artistas dos oito países lusófonos: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste. Este álbum contemplado pelo Bolsa Criar Lusofonia, concedido a cada dois anos pelo Centro Nacional de Cultura de Portugal.
Meu segundo livro foi o romance "Venha Me Ver Enquanto Estou Viva”, contemplado pelo Proac-SP em 2017 e lançado pela Editora do Sesi-SP em dezembro de 2018.
Como jornalista, trabalhei na "Folha de S.Paulo" de 1996 a 2000 e no UOL de 2000 a 2019.

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