A iraniana Marjane Satrapi teve uma passagem marcante no mundo dos quadrinhos: lançou a série “Persépolis” (foram quatro volumes), “Bordados” e “Frango com Ameixa” (comento aqui sua ótima passagem pelas HQs). Depois, levou seu talento para o mundo do cinema.

Satrapi retornou aos quadrinhos no ano passado, como organizadora da coletânea “Femme, Vie, Liberté”. A obra tem como ponto de partida um doloroso fato do Irã contemporâneo: a morte da estudante Mahsa Amini, espancada até a morte pela polícia religiosa iraniana em 2022.

“Femme, Vie, Liberté” traz a colaboração de três especialista sobre o Irã e mais 17 quadrinistas ou cartunistas, sendo seis iranianos (como Shaghayegh Moazzami, hoje radicada no Canadá) e 11 europeus, como os franceses Joann Sfar e Winshluss.

A Quadrinho na Cia colocou em pré-venda “Mulher, Vida, Liberdade” (tradução de Julia da Rosa Simões). Abaixo, a sinopse da editora brasileira:

“Em 13 de setembro de 2022, Mahsa Amini, estudante iraniana de vinte e dois anos, foi detida e espancada até à morte pela polícia religiosa em Teerã. O seu crime? Não usar de maneira “correta” o hijab, véu imposto às mulheres pela República Islâmica. Não tardou, porém, para que o triste destino desta jovem desencadeasse uma onda de protestos sem precedentes, cujo lema, ‘mulher, vida, liberdade’, se espalhou como pólvora pelo país.
Por ocasião do primeiro aniversário do movimento, Marjane Satrapi, autora da obra-prima Persépolis, reuniu uma série de artistas e especialistas para narrar os detalhes — e tudo aquilo que não pôde ser fotografado ou filmado devido à censura — desta história.
Com textos de Farid Vahid, cientista político da Fundação Jean-Jaurès; de Jean-Pierre Perrin, correspondente internacional do jornal Libération; e do professor Abbas Milani, historiador e diretor do departamento de Estudos Iranianos da Universidade Stanford, e arte de um dream team de dezessete quadrinistas iranianos, europeus e americanos (entre eles Bahareh Akrami, Paco Roca, Winshluss e a própria Satrapi), somos levados ao centro revolucionário desse acontecimento fundamental para o Irã e para todas e todos nós.
Mulher, vida, liberdade!”

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Escrito por

Pedro Cirne

Meu nome é Pedro, nasci em 1977 em São Paulo e sou escritor e jornalista - trabalho no Estadão e escrevo sobre quadrinhos na TV Cultura.
Lancei dois livros: o primeiro foi "Púrpura" (Editora do Sesi-SP, 2016), graphic novel que eu escrevi e que contou com ilustrações 18 artistas dos oito países lusófonos: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste. Este álbum contemplado pelo Bolsa Criar Lusofonia, concedido a cada dois anos pelo Centro Nacional de Cultura de Portugal.
Meu segundo livro foi o romance "Venha Me Ver Enquanto Estou Viva”, contemplado pelo Proac-SP em 2017 e lançado pela Editora do Sesi-SP em dezembro de 2018.
Como jornalista, trabalhei na "Folha de S.Paulo" de 1996 a 2000 e no UOL de 2000 a 2019.

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