O Arqueiro Verde é um personagem peculiar. No meio daquela efervescência da Era de Ouro dos Quadrinhos de Super-Heróis, quando dezenas (centenas?) de personagens surgiram e poucos sobreviveram, ele foi um dos ficaram para contar história.
Um feito e tanto para um personagem algo anacrônico e não muito original: era basicamente um Robin Hood do século 20, inclusive acompanhado por um ajudante mais jovem vestido de vermelho (já reparou o quanto o Speedy original lembra o Will Scarlet?).
Mesmo assim, aos trancos e barrancos, o Arqueiro Verde (Oliver Queen, em sua identidade secreta). Passou por muitas fases e transformações, e nenhuma tão bacana quanto a enorme fase escrita e ilustrada por Mike Grell.
O trabalho de Grell foi duradouro (mais de 80 histórias! entre 1987 e 93) e centradas no fato de ele ser um vigilante urbano, e não exatamente um super-herói. Claro, o uniforme e a identidade secreta estão lá, mas os demais elementos fantasiosos do universo DC foram cuidadosamente deixados de lado. Inclusive, quando seu melhor amigo, o poderoso Lanterna Verde, aparece, ele está sem uniforme.
O público-alvo era o leitor mais maduro, e isso se refletiu no tema das histórias. Oliver Queen combateu gangues, prostituição, pessoas traumatizadas pela guerra e seu próprio alcoolismo em páginas repletas de drama e suspense, nunca desviando para o piegas.
A Panini está lançando “Arqueiro Verde Por Mike Grell” volume 1, com as primeiras 24 HQs desta fase. Ótima pedida para quem gosta do personagem – ou de boas histórias de aventura.