O Arqueiro Verde é um personagem peculiar. No meio daquela efervescência da Era de Ouro dos Quadrinhos de Super-Heróis, quando dezenas (centenas?) de personagens surgiram e poucos sobreviveram, ele foi um dos ficaram para contar história.

Um feito e tanto para um personagem algo anacrônico e não muito original: era basicamente um Robin Hood do século 20, inclusive acompanhado por um ajudante mais jovem vestido de vermelho (já reparou o quanto o Speedy original lembra o Will Scarlet?).

Mesmo assim, aos trancos e barrancos, o Arqueiro Verde (Oliver Queen, em sua identidade secreta). Passou por muitas fases e transformações, e nenhuma tão bacana quanto a enorme fase escrita e ilustrada por Mike Grell.

O trabalho de Grell foi duradouro (mais de 80 histórias! entre 1987 e 93) e centradas no fato de ele ser um vigilante urbano, e não exatamente um super-herói. Claro, o uniforme e a identidade secreta estão lá, mas os demais elementos fantasiosos do universo DC foram cuidadosamente deixados de lado. Inclusive, quando seu melhor amigo, o poderoso Lanterna Verde, aparece, ele está sem uniforme.

O público-alvo era o leitor mais maduro, e isso se refletiu no tema das histórias. Oliver Queen combateu gangues, prostituição, pessoas traumatizadas pela guerra e seu próprio alcoolismo em páginas repletas de drama e suspense, nunca desviando para o piegas.

A Panini está lançando “Arqueiro Verde Por Mike Grell” volume 1, com as primeiras 24 HQs desta fase. Ótima pedida para quem gosta do personagem – ou de boas histórias de aventura.

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Escrito por

Pedro Cirne

Meu nome é Pedro, nasci em 1977 em São Paulo e sou escritor e jornalista - trabalho no Estadão e escrevo sobre quadrinhos na TV Cultura.
Lancei dois livros: o primeiro foi "Púrpura" (Editora do Sesi-SP, 2016), graphic novel que eu escrevi e que contou com ilustrações 18 artistas dos oito países lusófonos: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste. Este álbum contemplado pelo Bolsa Criar Lusofonia, concedido a cada dois anos pelo Centro Nacional de Cultura de Portugal.
Meu segundo livro foi o romance "Venha Me Ver Enquanto Estou Viva”, contemplado pelo Proac-SP em 2017 e lançado pela Editora do Sesi-SP em dezembro de 2018.
Como jornalista, trabalhei na "Folha de S.Paulo" de 1996 a 2000 e no UOL de 2000 a 2019.

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