Já contei esta história aqui no Hábito de Quadrinhos. Há uns 20 anos, fiz cursos técnicos de Desenho e Quadrinhos na Quanta Academia de Artes – foram mais de três anos como aluno. Logo no primeiro mês, o professor Marcelo Campos, criador do Quebra-Queixo e ex-desenhista da Liga da Justiça, parou do meu lado e perguntou sobre meus ídolos na nona arte. Tinha muitos – ainda tenho -, mas por algum motivo respondi com o nome da norte-americana Ramona Fradon. Campos se divertiu com a resposta. Afinal, ele também era fã dela – inclusive, a conheceu pessoalmente em uma San Diego Comic-Con. Me falou bastante do trabalho dela em Aquaman – ela ficou mais de uma década ilustrando continuamente o personagem, recorde que até hoje não foi batido.

Perdemos Ramona Fradon no último final de semana. Ela faleceu no sábado, 24, aos 97 anos. Deixou um legado impressionante no mundo dos quadrinhos. Além de ter sido uma das primeiras mulheres a atuar no gênero dos super-heróis, deixou um trabalho marcante em personagens como o já citado Aquaman aos Superamigos (onde ela cocriou a heroína brasileira Fogo, imagem abaixo), das tiras de Brenda Starr à cocriação do Metamorfo. Falei sobre a carreira dela em minha série sobre meus 15 quadrinistas favoritos de todos os tempos, publicada por aqui há quatro anos: “Quadrinistas Eternos: Ramona Fradon, a mulher por trás de muitos super-heróis“.

Talentosa, pioneira, criativa. Obrigado por tudo, Ramona Fradon!

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Escrito por

Pedro Cirne

Meu nome é Pedro, nasci em 1977 em São Paulo e sou escritor e jornalista - trabalho no Estadão e escrevo sobre quadrinhos na TV Cultura.
Lancei dois livros: o primeiro foi "Púrpura" (Editora do Sesi-SP, 2016), graphic novel que eu escrevi e que contou com ilustrações 18 artistas dos oito países lusófonos: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste. Este álbum contemplado pelo Bolsa Criar Lusofonia, concedido a cada dois anos pelo Centro Nacional de Cultura de Portugal.
Meu segundo livro foi o romance "Venha Me Ver Enquanto Estou Viva”, contemplado pelo Proac-SP em 2017 e lançado pela Editora do Sesi-SP em dezembro de 2018.
Como jornalista, trabalhei na "Folha de S.Paulo" de 1996 a 2000 e no UOL de 2000 a 2019.

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