Quatro quadrinhos nacionais, além de um criado por brasileiros mas publicado na Irlanda, estão concorrendo ao prêmio de melhor HQ alternativa na 51º edição do incrível Festival de Angoulême. E três deles têm algo em comum: a participação da recifense Roberta Cirne (que, apesar do sobrenome, não é minha prima).

Roberta Cirne participa da “Café Espacial” nº 21, da antologia “Não tema, isso é coisa de mulher!” e da publicação irlandesa com coração brasileiro “OPArt: Out of Place Artifacts“. Os outros dois indicados nacionais são “Maria Magazine”, nº 16, e “Orixás – O Monstro do Vale”.

Pernambucana de Recife e formada em Artes Plásticas, Roberta Cirne tanto escreve quanto ilustra seus próprios quadrinhos – normalmente, de terror. A imagem que abre este texto não é de nenhum dos indicados, mas de “A Perna Cabeluda”, obra que ela descreve como “uma história policial de terror, com crimes, detetives e tudo o mais”.

Outros títulos da Roberta Cirne para despertar a sua curiosidade: “Sombras do Recife” e “O Esqueleto” (acima). Você deve ter notado, pelos títulos, um gosto pelo terror, certo? Não que as obras dela fiquem só neste gênero, mas ele é bem presente. E essa paixão começou desde cedo, com filmes e séries:

“Eu adorava uma série de terror antiga, a “Galeria do Terror”, onde as histórias eram contadas a partir de quadros de uma galeria de arte. Assistia escondido da minha mãe, e desenhava as histórias em livrinhos que eu bolava”, contou ela ao… bom, a nós mesmos do Hábito de Quadrinhos, em 2020. “Minhas primeiras leituras de terror foram escondidas, e comecei logo por Stephen King, “Christine”. Daí foi toda a série dele, de Anne Rice, Frankenstein, Drácula, os livros de Hitchcock, poesias góticas e Edgar Alan Poe, mas também livros de literatura em geral.”

A entrevista completa com a Roberta Cirne pode ser lida aqui, mas se você quiser acompanhar de perto o trabalho de uma artista 3 vezes indicada a um prêmio em Angoulême no mesmo ano, recomendo, é claro, a leitura das obras dela – além de a acompanhar nas redes sociais, como pelo Instagram.

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Escrito por

Pedro Cirne

Meu nome é Pedro, nasci em 1977 em São Paulo e sou escritor e jornalista - trabalho no Estadão e escrevo sobre quadrinhos na TV Cultura.
Lancei dois livros: o primeiro foi "Púrpura" (Editora do Sesi-SP, 2016), graphic novel que eu escrevi e que contou com ilustrações 18 artistas dos oito países lusófonos: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste. Este álbum contemplado pelo Bolsa Criar Lusofonia, concedido a cada dois anos pelo Centro Nacional de Cultura de Portugal.
Meu segundo livro foi o romance "Venha Me Ver Enquanto Estou Viva”, contemplado pelo Proac-SP em 2017 e lançado pela Editora do Sesi-SP em dezembro de 2018.
Como jornalista, trabalhei na "Folha de S.Paulo" de 1996 a 2000 e no UOL de 2000 a 2019.

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