O título deste artigo é uma afirmação, mas pela metade. Sim, é possível inovar dentro do gênero dos super-heróis…. mas é difícil. Nos EUA, são lançadas mensalmente (entre originais e republicações) centenas de HQs de super-heróis. Batman, Homem-Aranha e Wolverine são maioria, seguido por seus colegas de Marvel e DC. Há espaço para obras de outras editoras se destacarem?
Em 2003, a editora Image lançou a revista mensal “Invincible” (no Brasil, “Invencível”), escrita por Robert Kirkman e ilustrada por Cory Walker – posteriorennte, Ryan Ottley.
“Invecível” conta a história de um adolescente comum, Mark Grayson. Opa, não tão comum assim: ele descobre que seu pai é um alienígena! Na verdade, um jovem nada comum: Mark é filho de ninguém menos do que Omni-Man, o maior super-herói da Terra.
Vemos, aos poucos, Mark aprendendo que tem poderes; treinando; conhecendo outros heróis; e, mais do que tudo, descobrindo o terrível segredo do seu pai.
“Invencível” não renova o gênero dos super-heróis, quebrando seus paradigmas como “Watchmen” ou a fase da Patrulha do Destino por Grant Morrison, por exemplo. Mas inova no sentido de trazer novos personagens e aventuras em HQs recheados de ação, humor, drama… Entretenimento puro, bem feito. Coisa rara em um gênero tão onipresente e, por vezes, gasto. Por isso, quando aparecem obras como “Astro City”, “Powers” e “Invencível”, conseguem arrancar um sorriso de felicidade do leitor pelo conteúdo bem feito. Aliás, vários sorrisos.
A Amazon Prime Video estreia hoje a segunda temporada de “Invencível”, animação inspirada no quadrinho (trailer abaixo). A primeira, de 2021, é ótima e surpreendente. Recomendo.
“Invencível” teve 144 números mensais nos EUA, posteriormente reunidos em 25 edições encadernadas. No Brasil, saíram apenas as 19 primeiras histórias, compiladas em 4 volumes. Recomendo tanto quanto a animação, mas são difíceis de achar em sebos… E, claro, fico na torcida por alguma editora nacional retomar a série (ou recomeçá-la do número 1).