OK, sou parcial: adoro as BDs lusas (bandas desenhadas é como chamam os quadrinhos em Portugal). Talvez, claro, por ser luso-brasileiro. Mas, acredito, por ter tido ótimas experiências de leitura.

Esta introdução é para apresentar uma graphic novel portuguesa que está em seus últimos dias no Catarse: “Crônicas do Tempo e do Espaço – Uluru”, um projeto de Marco Fraga da Silva, doutorando em Arte dos Meios de Comunicação, que escreve o roteiro e conta com Matthieu Pereira nas ilustrações e Sofia Pereira nas cores.

A graphic novel em questão é uma distopia: “O Uluru é um jovem que faz parte de um programa de reinserção da espécie humana, num futuro longínquo, em que a espécie humana desapareceu da face da Terra. Passaram-se 200 mil anos, o nível médio das águas do mar aumentou e o mapa mundi alterou-se”, explicou Marco Fraga da Silva ao “Público”.

Abaixo, reproduzo a descrição do projeto que está no Catarse:

‘Uluru’ é um projeto claramente ambicioso e muito bem estruturado. Mas mais do que isso, é uma boa história, que nos leva à ficção científica pós-apocalíptica cruzada com reflexões sobre genética, robótica e inteligência artificial. Uma mistura que funciona bem, num mundo futuro novo primitivista onde uma humanidade renascida tem de aprender a existir, com o apoio de robôs benévolos que os guiam equilibrando o saber do passado com o inesperado desta terra futura. E se nada disto desperta a atenção de vocês, lhes deixamos só com uma das ideias mais bem sacadas do livro: não se metam com polvos inteligentes que evoluíram para anfíbios.
O jovem Uluru foge de casa e da supervisão das duas entidades cibernéticas que o educaram e atravessa a Austrália em busca de outros humanos como ele, procurando superar o longo luto e o sentimento de perda que carrega.
‘Crônicas do Tempo e do Espaço – Uluru’ é uma graphic novel portuguesa de 162 páginas coloridas, formato 20×28 cm, imaginada e escrita por Marco Fraga da Silva, ilustrada por Matthieu Pereira e colorida por Sofia Pereira. Esta história em quadrinhos é auto-conclusiva (mas abre as portas, no epílogo, para uma segunda parte) e conta a estória do jovem Uluru que embarca numa viagem através da ilha-continente da Austrália, tentando emancipar-se do controle das entidades cibernéticas que o educaram e que cuidam dele. Esta é a estória de como Uluru lida e ultrapassa o luto pela morte de duas pessoas que lhe eram queridas.

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Escrito por

Pedro Cirne

Meu nome é Pedro, nasci em 1977 em São Paulo e sou escritor e jornalista - trabalho no Estadão e escrevo sobre quadrinhos na TV Cultura.
Lancei dois livros: o primeiro foi "Púrpura" (Editora do Sesi-SP, 2016), graphic novel que eu escrevi e que contou com ilustrações 18 artistas dos oito países lusófonos: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste. Este álbum contemplado pelo Bolsa Criar Lusofonia, concedido a cada dois anos pelo Centro Nacional de Cultura de Portugal.
Meu segundo livro foi o romance "Venha Me Ver Enquanto Estou Viva”, contemplado pelo Proac-SP em 2017 e lançado pela Editora do Sesi-SP em dezembro de 2018.
Como jornalista, trabalhei na "Folha de S.Paulo" de 1996 a 2000 e no UOL de 2000 a 2019.

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