Ilustrador, roteirista, diretor, fotógrafo, capista, produtor musical. O cara já bolou até selos. O britânico Dave McKean é uma espécie de avatar da Criatividade, se é que isso existe. Onde há uma forma de arte, pode crer que ele está de olho pensando em como ser criativo. O cara é abusado.

Felizmente para nós, leitores de quadrinhos, ele gosta muito da nona arte. Ao lado de Neil Gaiman, criou “Orquídea Negra”, “Sinal e Ruído” e, claro, todas as capas da icônica série “Sandman”.

McKean também voa solo. Há alguns anos, tivemos por aqui “Black Dog: os Sonhos de Paul Nash”, inspirada no pintor Paul Nash. Agora, a DarkSide lança uma graphic novel inédita de McKean: “Ave de Rapina” (tradução de Bruno Dorigatti e Paulo Raviere).

Abaixo, a sinopse da editora:

“Ave de Rapina alterna entre dois mundos e duas almas em conflito: Sokó¿ vaga por uma paisagem fantástica feudal caçando monstros para aqueles que podem pagar, e, no século XIX, Arthur Machen, um autor galês de histórias sobrenaturais, está de luto por causa do falecimento da jovem esposa e imergindo no sobrenatural na vã esperança de reencontrá-la. Ambos existem na penumbra, entre verdades e mentiras, vida e morte, realidade e imaginação.

“Eu queria fazer algo inspirado na literatura contemporânea sobre viagens e sobre natureza que ando lendo”, afirmou McKean ao site The Beat, “algo que expressasse meu amor pelo mundo natural e algo que vivesse nesse reino entre a realidade e a imaginação. Meu personagem está preso entre esses dois mundos, entre o estado de humano e o de pássaro, ou entre realidade e fantasia, a vida civilizada e o instinto animal bruto.”
Assim como Paul Nash, o protagonista de Black Dog, Arthur Machen também existiu na vida real. O autor galês escreveu alguns clássicos do horror e da fantasia, como O Grande Deus Pã e Os Homens Brancos. Além disso, ele participou da ordem ocultista Aurora Dourada, na companhia de personalidades como Aleister Crowley e W. B. Yeats. A história de Machen aparece de forma ficcionalizada, em alternância com a história do caçador de monstros, entremeadas pela prosa poética e arte sublime de McKean.”

Please follow and like us:

Escrito por

Pedro Cirne

Meu nome é Pedro, nasci em 1977 em São Paulo e sou escritor e jornalista - trabalho no Estadão e escrevo sobre quadrinhos na TV Cultura.
Lancei dois livros: o primeiro foi "Púrpura" (Editora do Sesi-SP, 2016), graphic novel que eu escrevi e que contou com ilustrações 18 artistas dos oito países lusófonos: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste. Este álbum contemplado pelo Bolsa Criar Lusofonia, concedido a cada dois anos pelo Centro Nacional de Cultura de Portugal.
Meu segundo livro foi o romance "Venha Me Ver Enquanto Estou Viva”, contemplado pelo Proac-SP em 2017 e lançado pela Editora do Sesi-SP em dezembro de 2018.
Como jornalista, trabalhei na "Folha de S.Paulo" de 1996 a 2000 e no UOL de 2000 a 2019.

Quer falar comigo, mas não pelos comentários do post? OK! Meu e-mail é pedrocirne@gmail.com

LinkedIn: https://br.linkedin.com/in/pedro-cirne-563a98169