Aposto que quando você leu o título deste texto pensou no britânico Alan Moore, nascido em 1953 em Northampton. Afinal, ele escreveu obras-primas das HQs como “V de Vingança”, “Watchmen”, “Miracleman” etc… Faz algum sentido, mas, a rigor, ele é um artista, e não um herói dos quadrinhos. E aqui vamos falar de um Alan Moore que é literalmente um herói das HQs: ou seja, um personagem.

Em 1952 – ou seja, um ano antes de o icônico barbudo nascer – a editora norte-americana Key lançou o primeiro número da revista “Weird Tales of the Future”, com histórias de ficção científica. E lá no meio, sem nenhum destaque maior, fomos apresentados ao aventureiro do futuro Alan Moore, criado por John Bulthuis em uma curta história de sete páginas.

Este Alan Moore foi enviado à Lua pilotando uma nave espacial movida a energia atômica – criação do professor Manheim. Tratava-se da primeira viagem espacial da história da Humanidade, veja você.

A viagem, que deveria ser de exploração científica para Moore e festa para a Humanidade, tomou um ritmo inesperado. A pioneira nave espacial foi abordada por Jana, um pirata espacial marciano que vestia um uniforme púrpura (acima). O aventureiro é derrotado, mas consegue chegar à Lua, onde descobre que o ar é respirável (?!).

A editora Keys não durou muito tempo, apenas cinco anos. A saga de Alan Moore, o personagem, durou menos ainda: apenas dois números, e ele desapareceu antes de o nosso roteirista querido nascer. Trata-se de um personagem tão obscuro que eu diria talvez Alan Moore, o roteirista, não o conheça. Mas às vezes eu tenho a impressão de que ele leu todos os gibis e livros do mundo, então acho que ele já se divertiu com as aventuras de seu xará…

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Escrito por

Pedro Cirne

Meu nome é Pedro, nasci em 1977 em São Paulo e sou escritor e jornalista - trabalho no Estadão e escrevo sobre quadrinhos na TV Cultura.
Lancei dois livros: o primeiro foi "Púrpura" (Editora do Sesi-SP, 2016), graphic novel que eu escrevi e que contou com ilustrações 18 artistas dos oito países lusófonos: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste. Este álbum contemplado pelo Bolsa Criar Lusofonia, concedido a cada dois anos pelo Centro Nacional de Cultura de Portugal.
Meu segundo livro foi o romance "Venha Me Ver Enquanto Estou Viva”, contemplado pelo Proac-SP em 2017 e lançado pela Editora do Sesi-SP em dezembro de 2018.
Como jornalista, trabalhei na "Folha de S.Paulo" de 1996 a 2000 e no UOL de 2000 a 2019.

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