Não é de hoje que André Toral aborda a História brasileira – ou personagens históricos brasileiros – em suas HQs. Com mestrado em antropologia e doutorado em história, ele já lançou obras como “Adeus, Chamigo Brasileiro – Uma História da Guerra do Paraguai”, “Holandeses” e, mais recentemente, “A Alma que Saiu do Corpo”, que relata o encontro entre brancos e indígenas aqui no Brasil com o passar dos séculos.

Toral, agora, está lançando a biografia de um dos maiores nomes da Arte brasileira: o maranhenese Gonçalves Dias, autor de “Canção do Exílio” (que reproduzo abaixo) e de “I-Juca-Pirama”, uma das minhas obras favoritas de todos os tempos.

O Filho do Norte: Gonçalves Dias, o Poeta do Brasil” (ed. Veneta) já está à venda. Abaixo, temos a sinopse da editora. Logo depois, como prometido no parágrafo acima, a “Canção do Exílio” – uma vez, no Maranhão (terra do poeta), vi um menino na rua recitá-lo de cabo a rabo, e foi incrível.

“Filho ilegítimo e mestiço, Antônio Gonçalves Dias conseguiu superar os obstáculos de uma sociedade rural e escravista para se tornar o maior poeta do Brasil. Muitos conhecem sua obra, poucos conhecem seu autor.
Em O Filho do Norte, sua vida e seus amores são retratados pelo conhecido quadrinista e historiador André Toral, autor de Holandeses (Veneta, 2017), indicado ao Prêmio Jabuti em 2018.”

Canção do Exílio
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.
Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.
Em cismar – sozinho – à noite –
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras;
Onde canta o Sabiá.
Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar – sozinho – à noite –
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que eu desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu’inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

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Escrito por

Pedro Cirne

Meu nome é Pedro, nasci em 1977 em São Paulo e sou escritor e jornalista - trabalho no Estadão e escrevo sobre quadrinhos na TV Cultura.
Lancei dois livros: o primeiro foi "Púrpura" (Editora do Sesi-SP, 2016), graphic novel que eu escrevi e que contou com ilustrações 18 artistas dos oito países lusófonos: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste. Este álbum contemplado pelo Bolsa Criar Lusofonia, concedido a cada dois anos pelo Centro Nacional de Cultura de Portugal.
Meu segundo livro foi o romance "Venha Me Ver Enquanto Estou Viva”, contemplado pelo Proac-SP em 2017 e lançado pela Editora do Sesi-SP em dezembro de 2018.
Como jornalista, trabalhei na "Folha de S.Paulo" de 1996 a 2000 e no UOL de 2000 a 2019.

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