Sou muito fã do norte americano Winsor McCay, que brilhou fazendo quadrinhos no início do século passado. Com roteiro doce e arte espetacular, acho que sua obra-prima, “Little Nemo”, é uma das maiores HQs de todos os tempos – pelo menos, em minha opinião.

Logo que este site nasceu, fiz uma série em que escrevi sobre 15 dos maiores quadrinistas da História. McCay entrou na lista, claro, e sobre ele escrevi:

“Nas primeiras histórias, é possível ver que McCay ainda está experimentando a linguagem: às vezes há tantas palavras dentro de um recordatório que as letras ficam espremidas para caber tudo. Mas, depois de pouco tempo, há páginas criadas como se fossem quadros – ou pôsteres, se lembrarmos do trabalho dele na década anterior.
O fato de ser um sonho valoriza a possibilidade de McCay exibir sua técnica. Os rios, as escadas, a Estátua da Liberdade, as florestas, as cidades… São todas ilustradas com maestria, mas colocadas na página de uma maneira que lembra a estranheza de um sonho (por exemplo, fora de proporção).”

(O texto completo está aqui: “O que encanta em Winsor McCay? Tudo: o roteiro, a arte, os sonhos“.)

Escrevi esta introdução para dizer que a Figura Editora colocou no Catarse “Little Nemo vol. 2 (1910-1914)” (tradução de César Alcázar) , sua nova edição com este quadrinho de tirar o fôlego. O que eu penso da obra está logo acima; logo abaixo, a sinopse da editora:

“LITTLE NEMO VOL.2 (1910 – 1914), o tão esperado volume que finaliza a publicação da Figura Editora sobre a obra maior de Winsor McCay, está chegando ao Catarse.
Neste segundo livro – que fechará aquela que é considerada a “fase de ouro” do personagem – você acompanhará o pequeno Nemo pilotando uma aeronave que viaja por cidades deste e de outros mundos em busca do desaparecido Dr. Pílula, mas sempre junto aos seus inseparáveis Imp, Flip e a Princesa de Slumberland. A criatividade desbordante de McCay nos leva a passeios pela Lua povoada por terríveis gigantes, ao planeta Marte habitado por seres que flutuam no espaço, além de passeios pela Terra, em que os personagens se envolverão com todo tipo de situações.
É neste volume que também veremos a série mudar de nome, passando a se chamar In the Land of Wonderful Dreams, mudança ocorrida quando a criação de Winsor McCay saiu do New York Herald e passou a ser publicada no New York American, do magnata William Randolph Hearst.”

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Escrito por

Pedro Cirne

Meu nome é Pedro, nasci em 1977 em São Paulo e sou escritor e jornalista - trabalho no Estadão e escrevo sobre quadrinhos na TV Cultura.
Lancei dois livros: o primeiro foi "Púrpura" (Editora do Sesi-SP, 2016), graphic novel que eu escrevi e que contou com ilustrações 18 artistas dos oito países lusófonos: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste. Este álbum contemplado pelo Bolsa Criar Lusofonia, concedido a cada dois anos pelo Centro Nacional de Cultura de Portugal.
Meu segundo livro foi o romance "Venha Me Ver Enquanto Estou Viva”, contemplado pelo Proac-SP em 2017 e lançado pela Editora do Sesi-SP em dezembro de 2018.
Como jornalista, trabalhei na "Folha de S.Paulo" de 1996 a 2000 e no UOL de 2000 a 2019.

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