Desde a polêmica criação do Robin (artistas divergem entre si sobre quem criou o Menino Prodígio), os principais super-heróis da Marvel e da DC costumam ter parceiros-mirins (sidekicks, no original). No caso do Aquaman, ele tem a Aquagirl. E o Aqualad. Aliás, vários Aqualads e Aquagirls… Em tese, é até fácil criar um deles na mitologia DC: basta que seja um guerreiro da Atlântida, onde qualquer habitante tem, por natureza, características naturais que equivalem a superpoderes, como a capacidade de respirar embaixo d’água e força e velocidade sobre-humanas. Mas não é bem assim.

Vamos aproveitar que estamos celebrando, nesta semana, os 80 anos do Rei da Atlântida para apresentar estes personagens.

Aquagirl

  • A linhagem das Aquagirls precede a dos Aqualads em um ano. Lisa Morel surgiu em 1959. Apareceu em apenas uma história, apesar de ser uma personagem interessante: é uma atlante que nasceu com um defeito genético: seu corpo é humano – ou seja, não pode respirar debaixo d’água.
  • A segunda Aquagirl (aliás, o nome dela foi grafado Aqua-Girl) também apareceu apenas uma vez: Selena, uma atlante que quis virar heroína para impressionar seu grande amor.
  • A terceira e mais famosa Aquagirl é a heroína Tula da Atlântida. Surgiu em 1967 e cresceu como personagem: sai das páginas do Aquaman para virar uma Titã e morreu ajudando a salvar o mundo na “Crise nas Infinitas Terras”.
    No reboot que a DC deu em sua cronologia em 2011, Tula retornou como Tula Marius, irmã do Mestre dos Oceanos, um dos piores inimigos do Aquaman.
  • A DC ficou sem Aquagirl de 1986, quando Tula morreu, até 2004, quando surgiu Lorena Marquez. Esta não é atlante, mas uma americana que ganhou seus poderes ao ser salva pelo Aquaman.
  • Esta personagem não faz parte da cronologia oficial, mas é bem interessante. No ótimo desenho “Batman Beyond”, ambientado no futuro, a Aquagirl, que é membro da Liga da Justiça, é a Princesa Mareena da Atlântida, filha do Aquaman e da Rainha Mera.
  • De volta aos quadrinhos, há uma versão bem bacana da Aquagirl em outra dimensão: Jaqui Hyde, membro da Teen Justice. Esta personagem foi criada neste ano, assim como Andrina Curry. Andrina não é de outra dimensão, mas de um futuro possível: a filha do Aquaman com a Rainha Mera que, em um primeiro momento, como Aqualass (uma variante de Aquagirl) e depois como Aquawoman.

Aqualad

  • Há menos Aqualads do que Aquagirls. O primeiro, e mais famoso deles, é o Príncipe Garth dos Idyllist. Aliás, esse nome pomposo e o fato de pertencer a uma família real vieram bem depois. No início, ele era apenas um meninho assustado chamado Garth, criado lááá em 1960.
    O personagem cresceu, começou a aparecer em desenhos animados ainda nos anos 60, virou um dos mais importantes Novos Titãs e até ganhou revista própria, já com outro codinome: Tempest.
  • O segundo Aqualad surgiu em paralelo no desenho animado “Young Justice” e nas HQs em 2010. Trata-se de Kaldur’ahm (no desenho) ou Jackson Hyde (nos quadrinhos), um atlante que, não bastassem seus poderes naturais, ainda é mágico. Trata-se de um dos poucos personagens abertamente gays da DC.
    Kaldur’ahm/Jackson Hyde tem um histórico interessante: trata-se do filho do Arraia Negra, um dos maiores inimigos do Aquaman.
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Escrito por

Pedro Cirne

Meu nome é Pedro, nasci em 1977 em São Paulo e sou escritor e jornalista - trabalho no Estadão e escrevo sobre quadrinhos na TV Cultura.
Lancei dois livros: o primeiro foi "Púrpura" (Editora do Sesi-SP, 2016), graphic novel que eu escrevi e que contou com ilustrações 18 artistas dos oito países lusófonos: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste. Este álbum contemplado pelo Bolsa Criar Lusofonia, concedido a cada dois anos pelo Centro Nacional de Cultura de Portugal.
Meu segundo livro foi o romance "Venha Me Ver Enquanto Estou Viva”, contemplado pelo Proac-SP em 2017 e lançado pela Editora do Sesi-SP em dezembro de 2018.
Como jornalista, trabalhei na "Folha de S.Paulo" de 1996 a 2000 e no UOL de 2000 a 2019.

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