Não é de hoje que a Marvel e a DC, as duas gigantescas editoras americanas de HQs, começaram a pensar fora da caixinha – ou, no caso, dos quadrinhos que compõem as páginas.

O cinema e a TV, os caminhos mais óbvios, são trilhados há décadas – com resultados desiguais. No cinema, o Universo Cinematográfico Marvel (MCU, na trilha em inglês) virou referência. Nas TVs, ambas oscilam. A DC construiu um Arrowverse irregular, mas que conseguiu grandes momentos – como um crossover que uniu, de maneira respeitosa, 19 (!!!) séries ou filmes da própria DC.

O que me chamou a atenção nos últimos meses é que as duas super-editoras (e, certamente, outras além delas) descobriram que ainda há muito por trilhar. Separei quatro exemplos.

PODCAST – A DC Comics anunciou, em junho, que lançaria séries em podcast. Estava tudo meio abstrato, mas o primeiro projeto já tem nome e sobrenome: “Batman Unburied“. O produtor executivo e roteirista da série será David Goyer, que tem no currículo, entre muitas outras coisas, quadrinhos da Sociedade da Justiça; roteiros para a TV (episódios de “Constantine” e “Krypton”); e histórias para o cinema (os filmes da trilogia do Batman dirigida por Christopher Nolan).

STREAMING – A Disney estreia, no mês que vem, seu próprio serviço de streaming. Como ela é dona da Marvel… já viu, né? O Disney Plus vai investir pesado em séries de TV inéditas completamente interligadas com o MCU. O que acontecer na telinha vai influenciar o cinema, e vice-versa. O Eduardo Pereira descreve bem melhor cada um desses projetos em sua coluna Quadrinho Falado.

SÉRIE DOCUMENTAL – O Disney Plus não trará só ficção. Um dos seus projetos mais bacanas é o Marvel 616, uma série documental em oito episódios que vai mostrar muitos aspectos da Marvel: dos bastidores de suas criações à sua influência no mundo pop (como os cosplayers).

AUDIOBOOK – A DC lançou uma série de audiobooks de “Sandman”, a maravilhosa série criada por Neil Gaiman. Podia ser só uma boa adaptação, mas a editora pegou pesado no investimento. Dá uma olhada no elenco: James McAvoy (que interpretou o Professor X no cinema), Andy Serkis (o “Gollum” de “O Senhor dos Anéis”, Samantha Morton (de “Walking Dead”) e até o próprio Gaiman.

As iniciativas, na minha opinião, são ótimas. Se temos imaginação e duas baitas mitologias à disposição, por que ficarmos “apenas” no papel? Que venham muitas outras!

Please follow and like us:

Escrito por

Pedro Cirne

Meu nome é Pedro, nasci em 1977 em São Paulo e sou escritor e jornalista - trabalho no Estadão e escrevo sobre quadrinhos na TV Cultura.
Lancei dois livros: o primeiro foi "Púrpura" (Editora do Sesi-SP, 2016), graphic novel que eu escrevi e que contou com ilustrações 18 artistas dos oito países lusófonos: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste. Este álbum contemplado pelo Bolsa Criar Lusofonia, concedido a cada dois anos pelo Centro Nacional de Cultura de Portugal.
Meu segundo livro foi o romance "Venha Me Ver Enquanto Estou Viva”, contemplado pelo Proac-SP em 2017 e lançado pela Editora do Sesi-SP em dezembro de 2018.
Como jornalista, trabalhei na "Folha de S.Paulo" de 1996 a 2000 e no UOL de 2000 a 2019.

Quer falar comigo, mas não pelos comentários do post? OK! Meu e-mail é pedrocirne@gmail.com

LinkedIn: https://br.linkedin.com/in/pedro-cirne-563a98169