Uma das coisas que eu mais gosto de fazer aqui no Hábito de Quadrinhos é explorar os diferentes tipos de HQs que existem: brasileiros, asiáticos, europeus, africanos, “underground” etc. Tomo cuidado para não abordar a mesma escola de quadrinhos por mais de dois dias seguidos.

Mas há exceções. Batman é uma delas, e o próximo sábado é o Batman Day. Ou seja: teremos sete dias seguidos de batmaterial aqui no site – publicaremos mais notícias sobre o Morcegão do que o Gazeta de Gotham (aliás, um abraço, Vicky Vale!). Começamos hoje esta série, apresentando os Batmen de outras dimensões.

Para quem não está familiarizado com a DC Comics, não custa lembrar: a editora criou um multiverso com um montão de dimensões paralelas. Que tal um lugar em que o Batman é um vilão? Ou vampiro?

Enfim, separei minhas dez versões favoritas do cidadão mais ilustre de Gotham City e as coloco aqui, em ordem cronológica de publicação.


1964 – Coruja

O filho de Thomas Wayne se inspirou em uma craitura voadora noturna, vestiu um uniforme e está aí, se balançando por Gotham! Mas não é o Bruce, que morreu. Trata-se de seu irmão: Thomas Wayne Jr., o Coruja!

O Coruja original é de 1964, mas sua identidade nunca foi revelada, então não dá para saber se aquele já era o pequeno Tom. A versão que determinou o irmão de Bruce como Coruja (que é a imagem que vemos acima) é de 2000.

1980 – Batwoman

Criada em 1956, Katherine Kane é uma personagem bem bacana: a Batwoman! Ela atua em Gotham e é prima de Bruce Wayne, mas tem sua própria história e seus próprios méritos (vide a série de TV, por exemplo).

Mas, em 1980, a DC criou uma Batwoman de outra dimensão: a versão feminina de Bruce Wayne! Infelizmente, a personagem não foi muito aprofundada. Qual seria o nome dela? Barbara Wayne?


1983 – Batcamundongo

A DC tem uma dimensão voltada para histórias de humor, em que seus super-heróis aparecem em versões de animais com formas humanas. Assim, entra em cena Batcamundongo e seu inimigo mortal, o Porcoringa!


1992 – vampiro

Em uma realidade alternativa, em que o Batman e Drácula vivem no mesmo planeta, os dois homem-morcegos se enfrentam. Quem vence? Isso mesmo: ninguém. Ambos morrem, mas o Batman retorna como um vampiro (que, como sabemos, é um desmorto).

Curiosidade: o confronto entre Batman e Drácula já foi tema de um fan film dirigido por… Andy Warhol – conto aqui essa história.

1996 – Garra das Trevas

Eu coloquei no título que houve um Wolverine que foi Batman, e você achou que era mentira, né? Um mero caça-cliques? Mas é verdade.

Em 1996, a DC e sua maior concorrente, Marvel, se uniram e criaram um universo chamado “Amálgama”, misturando os conceitos de seus principais personagens. Assim surgiu Logan Wayne, o Garra das Trevas, um órfão que viu seus pais serem assassinados e hoje combate o crime com suas garras de adamantium. Divertido :-).

2005 – Batzarro

O Bizarro é um dos personagens mais divertidos da DC Comics: um Superman que faz tudo ao contrário. Fez tanto sucesso que quase todos os personagens da Liga têm sua “versão bizarra”. O primeiro Batman Bizarro é de 1966, mas a mais divertida é de 2005, com o intraduzível nome de Batzarro.

2013 – o pai do Bruce

A Martha morreu… e o Bruce também! Então, na dimensão conhecida como Terra 2, o defensor de Gotham City é o patriarca da família: Thomas Wayne, o Batman!

2014 – Lanterna Morcego

Em sua dimensão, o homem mais corajoso da Terra não era Hal Jordan, mas Bruce Wayne! Rebelde, em vez de virar Lanterna Verde, como o resto da Tropa, ele optou por… Lanterna Morcego 😊
(Houve outro Batman, mais humilde, que recebeu o anel e manteve o nome de Lanterna Verde – esse é de 1994.)

2015 – a homenagem da homenagem

A editora Big Bang Comics lançou, nos anos 90, um monte de homenagem aos heróis clássicos dos quadrinhos. E aí surgiu o Vigilante Cavaleiro, que é o Batman sem as orelhas pontudas. Em 2015, a DC fez uma homenagem à homenagem: Bruce Wayne, o Cavaleiro de Ferro!

2017 – supervilão

A DC criou um multiverso paralelo em que seus principais heróis são terríveis vilões. O pior deles? Bruce Wayne, o Batman que Ri (e que parece o Coringa).

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Escrito por

Pedro Cirne

Meu nome é Pedro, nasci em 1977 em São Paulo e sou escritor e jornalista - trabalho no Estadão e escrevo sobre quadrinhos na TV Cultura.
Lancei dois livros: o primeiro foi "Púrpura" (Editora do Sesi-SP, 2016), graphic novel que eu escrevi e que contou com ilustrações 18 artistas dos oito países lusófonos: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste. Este álbum contemplado pelo Bolsa Criar Lusofonia, concedido a cada dois anos pelo Centro Nacional de Cultura de Portugal.
Meu segundo livro foi o romance "Venha Me Ver Enquanto Estou Viva”, contemplado pelo Proac-SP em 2017 e lançado pela Editora do Sesi-SP em dezembro de 2018.
Como jornalista, trabalhei na "Folha de S.Paulo" de 1996 a 2000 e no UOL de 2000 a 2019.

Quer falar comigo, mas não pelos comentários do post? OK! Meu e-mail é pedrocirne@gmail.com

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