Adoro fan films! …mas sei que nem todo mundo está familiarizado com o termo, então vamos lá. Fan films são filmes feitos por fãs e estrelados por seus personagens favoritos – sem autorização de quem detém os direitos autorais.

Uma coisa importante sobre os fan films é a inexistência de lucro: não são vendidos ou alugados, simplesmente exibidos em convenções ou na internet. Também não são paródias. Em alguns casos, são “trailers” de filmes que nunca virão a existir, apenas pela ideia de homenagear os personagens.

De uma maneira geral, são vídeos curtos, com baixo orçamento e feitos com, digamos, uma câmera na mão e muita paixão na cabeça. Afinal, se você não adorar o personagem, por que se dar ao trabalho de pensar em um roteiro, chamar alguns amigos para atuar (sem pagamento, claro), filmar, editar etc…

O estúdio Lucasfilm (sim, o de George Lucas, responsável pela franquia “Star Wars – Guerra nas Estrelas”) tem, desde 2002, o The Official Star Wars Fan Film Awards – em tradução livre, o Prêmio Oficial para Filmes de Fãs de Guerra nas Estrelas. Nos primeiros anos, eram admitidos apenas documentários, mocumentários (falsos documentários bem-humorados) e paródias. Desde 2007, entretanto, fan films foram admitidos. Na edição de 2018 (não houve em 2019, não sei a razão), foram distribuídos prêmios em 16 categorias… quase um minioscar!

Há um fan film curioso que, infelizmente, está perdido. Andy Warhol, um dos grandes artistas do século 20, dirigiu em 1964 uma obra (sem autorização da DC Comics) chamado “Batman Dracula”. Como o título entrega, Batman/Bruce Wayne (interpretado por Jack Smith) enfrenta o poderoso Drácula (também interpretado por Jack Smith, veja só).

O filme, como disse, está perdido, mas algumas cenas foram recuperadas e exibidas em um documentário sobre o protagonista (e antagonista) Jack Smith: “Jack Smith and the Destruction of Atlantis”, dirigido por Mary Jordan e lançado em 2006. É possível ver algumas cenas desta pérola no décimo episódio de “Film Histories”, que reproduzo abaixo.

Eu selecionei cinco fan films que acho divertidos. Tomara que você goste.

1 – “Batman: Dead End”

Lançado por Sandy Collora em 2003. Para mim, o melhor filme do Batman até a trilogia do Christopher Nolan (com todo meu respeito por Tim Burton).

2 – “The Punisher: Dirty Laundry

“Justiceiro: Roupa Suja”, de 2012, é uma exceção entre os fan films: tem atores de verdade. Um deles é Ron Perlman, que foi o Hellboy nos maravilhosos filmes do Guillermo del Toro.

O outro é Thomas Jane, que em 2004 protagonizou o filme do… Justiceiro. É a primeira vez (e acho que única até hoje) que um ator de um longa profissional volta para interpretar o mesmo personagem em um fan film.

Um aviso, se você está pensando em clicar: é bem violento. Tipo muito.

3 – “Batman versus The Terminator

Uma animação que mistura duas franquias diferentes: o super-herói de Gotham City e o Exterminador do Futuro. Infelizmente, não achei legendado (quase não faz diferença: apenas uma frase é dita).

4 – “Power Girl (The Classifieds)”

Este só faz sentido para quem conhece a personagem: Power Girl (Poderosa, em português) é prima do Superman, com os mesmos poderes e virtualmente imbatível… mas tem um pequeno problema de temperamento. Este curta explora isso: como uma pessoa tão esquentada como ela vai conseguir emprego?

Infelizmente, não está legendado.

5 – “Grayson”

Mais um fan film do Batman… ou quase. Nesse, feito em forma de trailer, mostra o que acontece quando o Morcegão morre e seu primeiro parceiro, Dick Grayson (aposentado como Robin, casado e pai de família) volta a vestir o uniforme para fazer justiça.

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Escrito por

Pedro Cirne

Meu nome é Pedro, nasci em 1977 em São Paulo e sou escritor e jornalista - trabalho no Estadão e escrevo sobre quadrinhos na TV Cultura.
Lancei dois livros: o primeiro foi "Púrpura" (Editora do Sesi-SP, 2016), graphic novel que eu escrevi e que contou com ilustrações 18 artistas dos oito países lusófonos: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste. Este álbum contemplado pelo Bolsa Criar Lusofonia, concedido a cada dois anos pelo Centro Nacional de Cultura de Portugal.
Meu segundo livro foi o romance "Venha Me Ver Enquanto Estou Viva”, contemplado pelo Proac-SP em 2017 e lançado pela Editora do Sesi-SP em dezembro de 2018.
Como jornalista, trabalhei na "Folha de S.Paulo" de 1996 a 2000 e no UOL de 2000 a 2019.

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