Adoro a África. Sempre que posso, lei sobre sua cultura e história – especialmente os livros do Basil Davidson. Queria entender de qualquer assunto o tanto que Basil Davidson entende de África.

Adoro histórias em quadrinhos. E o gênero dos super-heróis é um dos que mais me diverte, inclusive fora dos gibis – acho um desbunde o universo da Marvel no cinema, por exemplo.

Enfim, tudo isso para dizer que fiquei feliz quando me propus a procurar por super-heróis criados, editados e lançados na África. Nada contra o Pantera Negra, por exemplo, criado e editado nos Estados Unidos (repita comigo: “Wakanda forever!”) e maravilhosamente interpretado por Chadwick Boseman no cinema. Mas é interessante ver como o gênero dos superpoderosos com uniforme e identidade secreta tem rendido frutos no gigantesco continente africano.

Para este post, tive o cuidado de selecionar cinco personagens de países diferentes. Eu sei que os textos estão em inglês, mas quem sabe ao menos um deles não te desperta a curiosidade para conhecer algo novo?

EGITO – “El3osba

Como um quadrinho egípcio de aventura ia desperdiçar a chance de usar a maravilhosa mitologia local? O poderoso deus Hórus está de volta, e sabe que sozinho não vai dar conta de sua missão. Por isso, reúne El3osba: “a Liga”.

Criada por John Maher, Maged Raafat e Ahmed Raafat, a série está aqui, mas em árabe. Para ler em inglês, é preciso buscar no Kindle.

ETIÓPIA – “Jember

Jovem, recém formado, desempregado… e com superpoderes. Amanuel Tilahun, o Jember, te lembra algum super-herói… ou vários? 🙂 As aventuras criadas por Beserat Debebe, Stanley Obende e Brian Ibeh podem partir de uma premissa bem conhecida, mas têm sua identidade própria. A começar, claro, pelo palco das histórias: a linda e histórica Adis Abeba, capital etíope.

UGANDA – “Sanu

Seu nome significa “guerreiro”, mas sua guerra é outra. O ponto de partida de Sanu é ajudar seu povo a ficar unido: “se nos dividirmos, eles vencem; se nos unirmos, eles perdem”.

ZÂMBIA – “The Fifth Element

Sim, o nome significa “o quinto elemento”. Mas, não, não tem nada a ver com o filme estrelado por Bruce Willis… Mwelwa Musonko cria uma série em que o maior inimigo da heroína Quin enfrenta não são os supervilões, mas o aquecimento global e a consequente catástrofe climática.

ZIMBÁBUE – “Razor-Man

Confesso que achei o nome inusitado: o Homem-Navalha! Dito isso, Bill Masuku criou um vigilante que parece um tipo de Batman zimbabuano: Lovemore Garwe quer vingar o assassinato de seu pai combatendo todo tipo de crime que assola a sua Harare.

Please follow and like us:

Escrito por

Pedro Cirne

Meu nome é Pedro, nasci em 1977 em São Paulo e sou escritor e jornalista - trabalho no Estadão e escrevo sobre quadrinhos na TV Cultura.
Lancei dois livros: o primeiro foi "Púrpura" (Editora do Sesi-SP, 2016), graphic novel que eu escrevi e que contou com ilustrações 18 artistas dos oito países lusófonos: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste. Este álbum contemplado pelo Bolsa Criar Lusofonia, concedido a cada dois anos pelo Centro Nacional de Cultura de Portugal.
Meu segundo livro foi o romance "Venha Me Ver Enquanto Estou Viva”, contemplado pelo Proac-SP em 2017 e lançado pela Editora do Sesi-SP em dezembro de 2018.
Como jornalista, trabalhei na "Folha de S.Paulo" de 1996 a 2000 e no UOL de 2000 a 2019.

Quer falar comigo, mas não pelos comentários do post? OK! Meu e-mail é pedrocirne@gmail.com

LinkedIn: https://br.linkedin.com/in/pedro-cirne-563a98169