Na semana passada, comentei aqui no Hábito de Quadrinhos sobre uma webcomic de não-ficção que abordou o preconceito contra muçulmanos nas universidades britânicas.
Primeiro, eles fizeram a pesquisa: ouviram 2.000 estudantes das universidades locais. Depois, as partes mais significativas do que foi dito foram transformados em arte sequencial. Trabalhoso, mas… incrível.
A equipe por trás desse trabalho é o Positive/Negatives, e gostaria de falar sobre eles hoje. Primeiro, porque sou fã. Segundo, porque eles exploram um caminho incrível e que pode servir de exemplo para muita gente – inclusive fora dos quadrinhos.
O Positive/Negatives é uma equipe sediada na Inglaterra que narra, em quadrinhos, histórias reais que abordem direitos humanos ou questões sociais. Há pesquisas, como o exemplo que citei acima, mas também material didático sobre legislação e educação sobre temas humanitários.
E muitos, muitos depoimentos. Narrativas feitas em primeira pessoa e transformada em quadrinhos ou animações por profissionais. Gosto de todo tipo de trabalhos que fazem, mas esse, em particular, é o que mais me toca.
Vou citar três exemplos de histórias que li graças a eles:
- como Aissata, vítima de mutilação genital feminina, luta para que essa prática seja abolida;
- a rotina de assédio sexual que Sumi, funcionária de uma fábrica de roupas, sofre diariamente no Bangladesh;
- a história de três refugiados da Somália e de como foram impactados pela guerra civil de seu país.
Quando o Positive/Negatives publica pesquisas ou histórias didáticas sobre questões humanas, está nos fazendo refletir sobre a sociedade em que vivemos. É um espelho para nós enxergamos qual nosso papel diante desses problemas.
Quando publicam depoimentos, dando voz a pessoas que raramente são escutadas, nos colocam provisoriamente no lugar delas. Podemos ao menos tentar entender, um pouquinho que seja, o que eles viveram e sentiram. Na minha opinião, é nesse momento que o trabalho do Positive/Negatives fica ainda mais importante: quando eles nos ensinam empatia.
ps – Infelizmente, o conteúdo criado pelo está majoritariamente em inglês. Mesmo assim, se quiser visitar, é só clicar aqui.