Hoje é dia de Sábado Sessão Saudade e, com tanta coisa legal na estante, percebi que estou com saudade de ler quadrinhos europeus – as famosas bandas desenhadas.

Pensei em sugerir clássicos como Tintim, Asterix e Lucky Luke – não dá para errar com qualquer um deles… todo mundo gosta! Mas resolvi tentar algo diferente, que também tem alta probabilidade de acerto. Boa leitura!

A Casta dos Metabarões”, de Alejandro Jodorowsky e Juan Giménez

Dois peso-pesados dos quadrinhos mundiais se juntam para uma enorme saga de fantasia (com ares de ficção científica). O franco-chileno Jodorowsky (roteiro) e o argentino Giménez (arte) entregam uma saga complexa e intricada, que passa de geração para geração, com muitas doses de aventura, traição e reviravoltas.

“A Casta dos Metabarões” foi lançada originalmente em oito volumes, reunidos em quatro tomos aqui no Brasil. É criatividade que aquece o coração de quem gosta de sagas espaciais – como eu.

E a arte do Giménez é tão incrível que às vezes parece que ele está se exibindo. 🙂

Sshhhh!”, de Jason

O norueguês Jason sempre me surpreende (conto aqui por que gosto tanto dele). Eu olho aqueles personagens com rosto de cachorro e corpo humano e fico sem saber o que vem por aí: humor? Drama? Aventura?

“Sshhhh!” é uma bela amostra de seu trabalho. São dez histórias curtas – ótimas e, como não podia deixar de ser, imprevisíveis. A premissa pode ser prosaica como um pai solteiro criando o filho, ou surreal como um homem que passa a ser perseguido por um esqueleto – mas não pelo motivo que você está pensando, acredite.

Ardalén”, de Miguelanxo Prado

Não poupo elogios neste artigo para explicar por que o espanhol Miguelanxo Prado é um dos meus artistas favoritos. Roteirista exímio, artista idem, ele muda de gênero de um álbum para o outro sem perder a qualidade.

“Ardalén” é um lindo drama, com pitadas líricas, que fala de solidão, saudade e envelhecer. Percebeu que eu não entreguei nada de concreto do roteiro? Foi de propósito. 🙂

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Escrito por

Pedro Cirne

Meu nome é Pedro, nasci em 1977 em São Paulo e sou escritor e jornalista - trabalho no Estadão e escrevo sobre quadrinhos na TV Cultura.
Lancei dois livros: o primeiro foi "Púrpura" (Editora do Sesi-SP, 2016), graphic novel que eu escrevi e que contou com ilustrações 18 artistas dos oito países lusófonos: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste. Este álbum contemplado pelo Bolsa Criar Lusofonia, concedido a cada dois anos pelo Centro Nacional de Cultura de Portugal.
Meu segundo livro foi o romance "Venha Me Ver Enquanto Estou Viva”, contemplado pelo Proac-SP em 2017 e lançado pela Editora do Sesi-SP em dezembro de 2018.
Como jornalista, trabalhei na "Folha de S.Paulo" de 1996 a 2000 e no UOL de 2000 a 2019.

Quer falar comigo, mas não pelos comentários do post? OK! Meu e-mail é pedrocirne@gmail.com

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