Hoje é sábado é, dia da Sessão Saudade – em que sugiro três quadrinhos que são diferentes entre si. Reuni três HQs de não-ficção que, além de serem muito boas, trazem maneiras diferentes de contar histórias.

Notas Sobre Gaza”, de Joe Sacco

Nascido em Malta e radicado nos Estados Unidos, Joe Sacco é um dos meus quadrinistas favoritos – explico por que aqui. Seus livros de reportagens em quadrinhos podem ser usados tanto em aulas de jornalismo como nas de HQs. 🙂

Eu poderia escolher qualquer uma de suas obras, mas fico com “Notas Sobre Gaza”, um trabalho hercúleo de investigação para narrar um massacre ocorrido na Palestina e que, até então, era apenas um rodapé em livros de história.

I Saw It”, de Keiji Nakazawa

O mangaká Keiji Nakazawa (1939-2012) narrou os dramas da explosão da bomba atômica em Hiroshima em uma tocante obra e,m dez volumes chamada “Gen”, felizmente disponível no Brasil.

“Gen” é uma ficção inspirada na realidade. Entretanto, há uma obra dele, infelizmente inédita em português, que é autobiográfia: “I Saw It” (“Eu vi”, em tradução livre). Nakazawa tinha apenas seis anos quando presenciou a explosão da bomba atômica. É uma obra triste e tocante. Um soco no estômago.

A História do Universo em Quadrinhos”, de Larry Gonnick

No início, houve o Big Bang. Alguns anos atrás, um atentado terrorista derrubou as Torres Gêmeas de Nova York. Até aí você já sabia. Mas o que aconteceu entre um e outro?

O norte-americano Larry Gonnick criou livros em quadrinhos que narram a História (sim, com H maiúsculo) com uma qualidade incrível. Ao final de cada capítulo, há uma bibliografia para que nós, leitores, nos aprofundemos sempre mais.

“A História do Universo…” foi lançada em 19 volumes curtos (50 páginas), reunidos depois em três livros maiores. Houve uma continuação: “A História do Mundo Moderno em Quadrinhos”, com mais dez capítulos.

O Brasil ainda não recebeu a obra completa, mas os dois primeiros volumes foram lançados em 2016.

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Escrito por

Pedro Cirne

Meu nome é Pedro, nasci em 1977 em São Paulo e sou escritor e jornalista - trabalho no Estadão e escrevo sobre quadrinhos na TV Cultura.
Lancei dois livros: o primeiro foi "Púrpura" (Editora do Sesi-SP, 2016), graphic novel que eu escrevi e que contou com ilustrações 18 artistas dos oito países lusófonos: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste. Este álbum contemplado pelo Bolsa Criar Lusofonia, concedido a cada dois anos pelo Centro Nacional de Cultura de Portugal.
Meu segundo livro foi o romance "Venha Me Ver Enquanto Estou Viva”, contemplado pelo Proac-SP em 2017 e lançado pela Editora do Sesi-SP em dezembro de 2018.
Como jornalista, trabalhei na "Folha de S.Paulo" de 1996 a 2000 e no UOL de 2000 a 2019.

Quer falar comigo, mas não pelos comentários do post? OK! Meu e-mail é pedrocirne@gmail.com

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