A editora DC está celebrando os 80 anos do Coringa com uma luxuosa edição: “The Joker: 80 Years of the Clown Prince of Crime The Deluxe Edition”.

Eu aproveito a efeméride para listar as dez melhores histórias do Palhaço do Crime – na minha humilde opinião, claro!

As histórias não obedecem a uma ordem de preferência, mas de quando foram criadas.

1940 – “O Coringa”, de Bill Finger, Bob Kane e Jerry Robinson

A história mais importante do Coringa, por um simples motivo: foi onde tudo começou. Com o visual inspirado no personagem do filme “O Homem que Ri”, adaptação de 1928 de um livro de Victor Hugo, surge um serial killer violento, inteligente e nada engraçado.

1946 – “The Joker Follow Suit!”, de Jerry Robinson

Após anos de muitas histórias violentas e sanguinárias, esta marca o início da fase de um personagem mais fanfarrão. Destaque para as primeiras aparições do Coringamovel (!) e Coringacóptero (!!).

1951 – “O Homem por Trás do Capuz Vermelho!”, de Bill Finger, Lew Sayre Schwartz e Win Mortimer

Uma HQ clássica não só do Coringa, mas do Universo DC, reverenciada várias vezes no futuro (inclusive por Alan Moore, em “A Piada Mortal”).  Trata-se de um caso policial que opõe o lado detetive do Batman à inteligência de um misterioso criminoso: o Capuz Vermelho.

1973 – “The Joker’s Five-Way Revenge!”, de Dennis O’Neil e Neal Adams

O Coringa viveu anos como um vilão mais paspalhão do que violento – o que aumentou com a divertida interpretação de Cesar Romero no seriado cômico da TV. É nesta aventura que O’Neil e Adams devolve o lado assustador do personagem.

1978 – “O Peixe que Ri!”, de Steve Englehart e Marshall Rogers

Estamos nos anos 70, e o Coringa ainda é assustador – mas pode ter direito a seu lado, digamos, excêntrico. Por isso, em uma aventura em que pretende matar centenas de pessoas, o Palhaço do Crime apela ao… Peixe-Coringa! (Que está devidamente envenenado, é claro.)

1988 – “A Piada Mortal”, de Alan Moore e Brian Bolland

Tudo nessa graphic novel é brilhante. Ela começa com o Batman indo ao Asilo Arkham, onde o Coringa está preso, para ter uma conversa séria: por que eles devem lutar para sempre? Por que não podem ser… aliados?

Parece maluquice, certo? Mas, bom, é uma história do Coringa. A melhor delas, na minha opinião.

1989 – “Asilo Arkham – Uma Séria Casa em um Sério Mundo”, de Grant Morrison e Dave McKean

Outra graphic novel excelente. O Coringa toma conta do Asilo Arkham, liberta todos os vilões e exige a presença do Batman. Poderia ser “só” um grande suspense, mas o roteiro de Grant Morrison e a arte maravilhosa de Dave McKean transformam tudo em superlativo.

1992 – “Um Favor para o Coringa”, de Boyd Kirkland e Paul Dini

Não, essa não é uma HQ, mas quem disse que as melhores histórias do Coringa saíram em papel? Esse episódio de “Batman – A Série Animada” traz a primeira aparição da melhor namorada ou ex-namorada (depende do dia) que o Coringa já teve: a Arlequina.

2008 – “Batman – O Cavaleiro das Trevas”, de Christopher Nolan

Filmaço. É o segundo longa de uma trilogia, mas você pode assistir apenas a este – embora eu recomende os três. O filme foi indicado a oito Oscar e levou dois: edição de som e ator coadjuvante, para a interpretação anárquica de Heath Ledger.

2019 – “Coringa”, de Todd Phillips

Outro filmaço, mas bem diferente do citado acima – por exemplo, o Batman nem aparece. Venceu o Festival de Cinema de Veneza. O filme foi indicado a 11 Oscar e levou dois: trilha sonora e ator coadjuvante, para a interpretação perturbadora de Joaquin Phoenix.

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Escrito por

Pedro Cirne

Meu nome é Pedro, nasci em 1977 em São Paulo e sou escritor e jornalista - trabalho no Estadão e escrevo sobre quadrinhos na TV Cultura.
Lancei dois livros: o primeiro foi "Púrpura" (Editora do Sesi-SP, 2016), graphic novel que eu escrevi e que contou com ilustrações 18 artistas dos oito países lusófonos: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste. Este álbum contemplado pelo Bolsa Criar Lusofonia, concedido a cada dois anos pelo Centro Nacional de Cultura de Portugal.
Meu segundo livro foi o romance "Venha Me Ver Enquanto Estou Viva”, contemplado pelo Proac-SP em 2017 e lançado pela Editora do Sesi-SP em dezembro de 2018.
Como jornalista, trabalhei na "Folha de S.Paulo" de 1996 a 2000 e no UOL de 2000 a 2019.

Quer falar comigo, mas não pelos comentários do post? OK! Meu e-mail é pedrocirne@gmail.com

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