A organização do incrível Festival de Angoulême anunciou na quarta, 24, a vencedora do Grande Prêmio da edição deste ano: Posy Simmonds, nascida Rosemary Elizabeth Simmonds em Berkshire, Inglaterra, em 1945.
Posy Simmonds, de 78 anos, é a primeira britânica e a quinta mulher em cinco décadas a receber o prêmio. Na minha humilde opinião, Posy Simmonds é um dos maiores nomes dos quadrinhos na atualidade – como escrevi em 2020, neste texto sobre ela: “Quadrinistas maravilhosas: Posy Simmonds e suas HQs tão próximas da literatura“.
As HQs de Simmonds são dramas sobre a vida contemporânea. Vemos homens e mulheres comuns, lindamente ambíguos, cheios de qualidadades e defeitos (a protagonista de “Cassandra Darke” é um baita exemplo disso). Os roteiros são inteligentes, profundos, envolventes – e a arte também é incrível.
Até onde eu saiba (e o ótimo catálogo de referêcia Guia dos Quadrinhos concorda comigo), há apenas uma obra dela publicada aqui no Brasil: “Gemma Bovary” (imagem acima). Tomara que a premiação mude este cenário: “Tamara Drewe” (abaixo) e “Cassandra Darke” (no pé do texto) são excelentes e imperdíveis – ainda não li “Literary Life” e “Mrs Weber`s Diary”, também bem elogiadas.
Vi na RTP que Posy Simmonds não pôde estar presente na cerimônia do anúncio, mas enviou uma mensagem que foi lida pelo seu editor local: “Fiquei encantada, surpreendida, atordoada, por receber esta homenagem. É uma honra e um prazer juntar-me ao grupo de vencedores anteriores.”