É multiverso para lá, multiverso para cá, multiverso ganhando Oscar de melhor filme (e mais seis estatuetas, parabéns ao pessoal de “Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo”!)…

Digamos que este é um tema bem presente atualmente. Com tanta obra abordando o conceito, claro, nem todas são, digamos, interessantes. Assim sendo, vou listar cinco HQs que exploram de alguma maneira o multiverso, para mim, merecem a leitura.

Mandrake – O Mundo do Espelho” (1937), de Lee Falk, Phil Davis e Martha Davis

Mandrake é um personagem e tanto. Ele criou um estilo inconfundível e há uma multidão de personagens místicos e heroicos a seu estilo por aí, como Monako e Zatara. E ele também foi um dos primeiros personagens de quadrinhos e encontrar uma versão de si próprio vinda de outra dimensão – precursora, a história foi publicada há tanto tempo que o Superman sequer havia sido criado.

Excalibur – Uma Aventura no Tempo” (1989), de Chris Claremont e Alan Davis

Houve uma época em que havia poucas equipes mutantes nos quadrinhos. X-Men (os originais), X-Force e… Excalibur, os aliados britânicos dos X-Men. Suas histórias tinham tanta aventura quanto a do grupo original, mas eram calibradas com menos drama e muito mais humor. Na sequência de “Uma Aventura no Tempo”, eles viajam por outras dimensões e tiraram sarro de todos os personagens importantes da Marvel até então.

Supremo – A História do Ano” (1996), de Alan Moore e vários artistas

Não temos muito como dourar a pílua aqui, pessoal. Supremo é um plágio do Superman criado por um artista medíocre. Maaaas… coloque este personagem nas mãos de um grande escritor e veja o que acontece! Alan Moore já começou a sua fase com o Supremo com uma história divertidíssima em que ele encontra várias versões de si mesmo. Ao fim da sua passagem pelo personagem, Moore deixou a melhor saga que ele já viveu – além de ser uma homenagem nada discreta ao próprio Superman e um dos maiores artistas que já trabalhou com o kryptoniano: Jack Kirby.

Superboy – Jornada no Hipertempo” (1999), de Karl Kesel e Tom Grummett

Esta história em seis partes não é original como a do Mandrake, engraçada como a do Excalibur ou metalinguística como a do Alan Moore. Mesmo assim, é uma ótima história de fantasia e aventura, com super-heróis para todos os lados – e dimensões.

Multiverso” (2014), de Grant Morrison e vários artistas

Esta é a minha favorita. São quase 500 páginas dedicadas à DC Comics, com o gênero dos super-heróis sendo aproveitado de diversas aventuras. Temos viagens entre as dimensões, dezenas de versões do Superman (inclusive um coelho de máscara e capa que viola as leias da física convencional), reviravoltas e muitas, muitas homenagens aos artistas e personagens que construíram a DC.

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Escrito por

Pedro Cirne

Meu nome é Pedro, nasci em 1977 em São Paulo e sou escritor e jornalista - trabalho no Estadão e escrevo sobre quadrinhos na TV Cultura.
Lancei dois livros: o primeiro foi "Púrpura" (Editora do Sesi-SP, 2016), graphic novel que eu escrevi e que contou com ilustrações 18 artistas dos oito países lusófonos: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste. Este álbum contemplado pelo Bolsa Criar Lusofonia, concedido a cada dois anos pelo Centro Nacional de Cultura de Portugal.
Meu segundo livro foi o romance "Venha Me Ver Enquanto Estou Viva”, contemplado pelo Proac-SP em 2017 e lançado pela Editora do Sesi-SP em dezembro de 2018.
Como jornalista, trabalhei na "Folha de S.Paulo" de 1996 a 2000 e no UOL de 2000 a 2019.

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