Stan Lee e Steve Ditko criaram Doutor Estranho, o Mago Supremo, em 1963. Até hoje, ele é a maior referência da Marvel para magia, seja nos quadrinhos ou no cinema – você ficou sabendo do filme que estreou esta semana, certo?

Pois bem. Se Strange (“estranho”, em inglês) surgiu na Marvel em 1963, Extraño (nome em espanhol no original) surgiu na DC 25 anos depois, em 1988. A proximidade dos nomes não é coincidência. Misto de homenagem com paródia, Extraño também era, ainda por cima, um super-herói com poderes místicos.

O herói da DC não tinha esse nome em espanhol à toa. Sua identidade secreta era Gregorio de la Vega, um peruano. Além disso, era gay: o primeiro herói da DC (e da Marvel) abertamente homossexual. A princípio, uma boa iniciativa: abordar as comunidades gay e latina sem preconceito. Mas foi um desastre. De la Vega foi um amontado de clichês e preconceitos nos piores sentidos possíveis. Foi sumindo aos poucos do universo DC.

Foi preciso que a DC recomeçasse sua cronologia do zero para que Extraño tivesse uma nova chance. Em 2016, o personagem surgiu repaginado e menos estereotipado (abaixo). Uma tentativa de consertar uma boa ideia, mas, a princípio, de péssima execução.

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Escrito por

Pedro Cirne

Meu nome é Pedro, nasci em 1977 em São Paulo e sou escritor e jornalista - trabalho no Estadão e escrevo sobre quadrinhos na TV Cultura.
Lancei dois livros: o primeiro foi "Púrpura" (Editora do Sesi-SP, 2016), graphic novel que eu escrevi e que contou com ilustrações 18 artistas dos oito países lusófonos: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste. Este álbum contemplado pelo Bolsa Criar Lusofonia, concedido a cada dois anos pelo Centro Nacional de Cultura de Portugal.
Meu segundo livro foi o romance "Venha Me Ver Enquanto Estou Viva”, contemplado pelo Proac-SP em 2017 e lançado pela Editora do Sesi-SP em dezembro de 2018.
Como jornalista, trabalhei na "Folha de S.Paulo" de 1996 a 2000 e no UOL de 2000 a 2019.

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