Quando falamos de quadrinhos, o Sandman de Neil Gaiman é praticamente unanimidade: uma saga linda, muito bem escrita, de fantasia e terror – e que vai virar série de TV em breve, é claro.
Mas o Sandman de Gaiman não foi a primeira interpretação deste personagem para a editora DC Comics: ele surgiu em 1939, na esteira do sucesso do Batman: este personagem era um milionário que combatia o crime sem poderes, mas com um uniforme maneiro. Teve alguns bons momentos, outros nem tanto e ficou décadas sem ser publicado.
Entre o Sandman vigilante dos anos 30 e 40 e o Sandman magistral de Neil Gaiman dos anos 80 e 90, há uma outra interpretação: surrealista, psicodélica, completamente original e ambientanda no tal mundo dos sonhos – sim, essa saga ecoaria, anos depois, na fase de Gaiman.
Esta fase cult do Sandman foi curta: apenas seis números publicados entre 1974 e 75. São aventuras estranhas, cortesia da dupla Jack Kirby e Joe Simon, os criadores do Capitão América, nas primeiras histórias, e depois Kirby ilustrando roteiros de Michael Fleisher.
Curiosamente, Kirby e Simon já haviam trabalhado com o Sandman nos anos 40, mas era a versão vigilante urbano do personagem. Esta série que sai agora no Brasil não tem nada de crimes de ruas, e tudo de “crimes de sonhos”, demônios, pesadelos, gorilas com cérebros eletrônicos e um “apito mágico”.
A Panini está lançando no Brasil esta fase no volume “Sandman e Outras Histórias: Lendas do Universo DC“, que já está em pré-venda. Para os fãs do personagem, como eu, motivo para bons e felizes sonhos…