Depressão ainda é um assunto tabu. Talvez menos do que uma década atrás, mas ainda é. (Mais ou menos dez anos atrás foi quando escrevi este artigo para o UOL: “Depoimento: o que eu detestei ouvir quando contei que estava em depressão“). Quanto mais eu ouço e leio sobre o tema, mais torço para que seja abordado com uma frequência ainda maior. É uma doença difícil, complexa, forte – e, em muitos meios, encarada com alguma ignorância.

Na época em que fui diagnosticado ouvi barbaridades que observo ainda hoje, como “é só fazer um esforço” e afins, além de indicações de muitos tratamentos que parecem superstições. Depressão é assunto sério e deve ser encarado com seriedade.

Ainda não li “Inteiro Pesa Mais do que Metade“, quadrinho autobiográfico que a Carol Ito está lançando, mas sua publicação me parece uma boa notícia. Por ela ser uma ótima artista, claro. E por ela tratar com sobriedade temas difíceis (tabus, inclusive), em suas obras.

Abaixo, a sinopse da editora:

“Em Inteiro Pesa Mais do que Metade a jornalista e quadrinista Carol Ito, conta a sua experiência com a depressão. É uma graphic novel de memórias, que retrata como a autora enfrentou e enfrenta essa doença tão estigmatizada. Carol Ito mostra como é possível sobreviver à depressão em um mundo que já é tão competitivo, e que nos cobra o tempo todo pelo sucesso e pela felicidade plena. O texto encoraja os leitores a serem mais gentis consigo mesmos e a comemorarem cada obstáculo vencido, seja pequeno ou grande. A obra conta também com o posfácio da psicanalista Giovanna Bartucci, que explana de forma concisa, porém potente, sobre a depressão. Segundo ela, Inteiro Pesa Mais do que Metade é uma “metáfora visual da experiência depressiva”.”

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Escrito por

Pedro Cirne

Meu nome é Pedro, nasci em 1977 em São Paulo e sou escritor e jornalista - trabalho no Estadão e escrevo sobre quadrinhos na TV Cultura.
Lancei dois livros: o primeiro foi "Púrpura" (Editora do Sesi-SP, 2016), graphic novel que eu escrevi e que contou com ilustrações 18 artistas dos oito países lusófonos: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste. Este álbum contemplado pelo Bolsa Criar Lusofonia, concedido a cada dois anos pelo Centro Nacional de Cultura de Portugal.
Meu segundo livro foi o romance "Venha Me Ver Enquanto Estou Viva”, contemplado pelo Proac-SP em 2017 e lançado pela Editora do Sesi-SP em dezembro de 2018.
Como jornalista, trabalhei na "Folha de S.Paulo" de 1996 a 2000 e no UOL de 2000 a 2019.

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