Adoro fazer ronda de projetos de quadrinhos no Catarse – mesmo que seja só para passar vontade. Gosto especialmente de ver projetos nacionais: tantos os autores quanto nós, leitores, ganhamos uma grande alternativa com o financiamento coletivo.

Enfim, ao menos uma vez ao mês eu separo projetos brasileiros e os listo aqui no Hábito de Quadrinhos. Normalmente, são obras às quais nunca tive acesso (no caso de hoje, eu conheço e acho muito engraçada a obra do Carlos Ruas) – por isso, a descrição que coloco é dos próprios autores.

Hoje, temos drama/ficção científica, romance, humor e aventura. Tomara que ao menos uma obra te atraia…

Dissociação“, de Caio Zero

“A HQ foi pensada pelo autor, quadrinista, ilustrador e artista-educador Caio Zero a partir de reflexões levantadas por Frantz Fanon e Renato Nogueira, e a partir da sua observação enquanto morador do subúrbio carioca e os noticiários sobre casos de mortes de crianças da periferia do Rio.
Ágatha, Kauê, Kauan, João Pedro, Jéssica, Rafaelly… Não é normal a forma como (não) lidamos com essas mortes.
E é a partir deste incômodo que nasce Dissociação – uma história com elementos de ficção científica que nos leva a discutir a necroinfância e a falta de políticas públicas que visam a proteção da vida da criança (em sua maioria, pretas e indígenas) e o apoio às suas famílias.”

48 km“, de Iara Fonseca (iaraNaika)

“Kelly e Jade se conheceram pegando o mesmo ônibus todos os dias e se apaixonam. O problema é: Por conta das diferenças de idade e estilo de vida, elas são inseguras demais para confessar seus sentimentos de forma direta. A solução é tentar demonstrar carinho de maneira sutil e muito, muito desastrada!
Com mais de 4 anos de publicação online e indicado para o Prêmio Le Blanc 2022, a história de 48km arrebatou fãs de diversas idades. Afinal, quem nunca se apaixonou e se enrolou todo para declarar seu amor? Agora, se você vê a pessoa todo dia no busão… imagina a confusão que pode ser!
Sabe o que é ainda mais incrível? Toda essa história divertida e apaixonante se passa no Ceará!”

Clube do Um Sábado Qualquer“, de Carlos Ruas

“Seja bem-vindo ao clube de apoiadores do USQ, ou como gosto de chamar, meus arrebatados!
A proposta do clube é juntar os leitores que apoiam financeiramente o “Um Sábado Qualquer”.
Os arrebatados são os escolhidos por Deus, que no dia do juízo final serão salvos antes da destruição do mundo, e verão de camarote, ao lado do criador, seu planeta ser dizimado pelo Apocalipse. Olha que legal!
E com um valor a partir de R$5,00 você poderá salvar-se e, além disso, apoiar o autor das tirinhas. Essa é uma parceria exclusiva de Deus com o “Um Sábado Qualquer”. (…)”

Brett“, de Rodinério da Rosa e Moacir Martins

“Massacre em Utah, é uma aventura na Trilha do Oregon, por onde centenas de caravanas passavam para chegar ao Oeste. John Finn, amigo de Brett guia uma caravana, que encontra dificuldades para continuar devido a ataque de bandoleiros. John busca ajuda do amigo Brett e Chako Álvarez. O roteiro explora sobre a ganância do homem branco e sua ambição sobre as terras dos índios, bem como a violência contra a mulher em época que elas não tinham qualquer tipo de voz contra o machismo patriarcal.
Brett é um personagem de quadrinhos de Velho Oeste, criado em 1994 por Rodinério da Rosa e tendo como artista principal Moacir Martins, que desenvolveu a criação gráfica do personagem definida no número 2. Ambos são os responsáveis pelo projeto do personagem atualmente.”

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Escrito por

Pedro Cirne

Meu nome é Pedro, nasci em 1977 em São Paulo e sou escritor e jornalista - trabalho no Estadão e escrevo sobre quadrinhos na TV Cultura.
Lancei dois livros: o primeiro foi "Púrpura" (Editora do Sesi-SP, 2016), graphic novel que eu escrevi e que contou com ilustrações 18 artistas dos oito países lusófonos: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste. Este álbum contemplado pelo Bolsa Criar Lusofonia, concedido a cada dois anos pelo Centro Nacional de Cultura de Portugal.
Meu segundo livro foi o romance "Venha Me Ver Enquanto Estou Viva”, contemplado pelo Proac-SP em 2017 e lançado pela Editora do Sesi-SP em dezembro de 2018.
Como jornalista, trabalhei na "Folha de S.Paulo" de 1996 a 2000 e no UOL de 2000 a 2019.

Quer falar comigo, mas não pelos comentários do post? OK! Meu e-mail é pedrocirne@gmail.com

LinkedIn: https://br.linkedin.com/in/pedro-cirne-563a98169