O excepcional quadrinista norte-americano Al Jaffee morreu nesta segunda, 10, aos 102 anos de idade (li no “New York Times“).

Al Jaffee fez fama com seu humor inteligente e traço preciso. Trabalhou como quadrinista por 79 anos, 65 deles na revista “Mad”, onde se aposentou aos 99, três anos atrás.

Jaffee criou duas seções icônicas para a “Mad”: primeiro, em 1964, vieram as Ridículas Dobradinhas Mad (“’Mad’s Fold-In”, no original). Havia um desenho de uma página, com um parágrafo enorme e otimista sobre qualquer coisa (como na imagem acima). Aí nós, felizes leitores, dobrávamos a página de modo que o miolo dela sumisse, e o trecho da esquerda se unisse ao da direita. Resultado: surgia um novo desenho e um novo texto, completamente diferente, dentro do mesmo tema – mas dizendo quase sempre o oposto do trecho inicial, que também sumira (como na imagem abaixo).

Um ano depois, em 1965, a “Respostas Cretinas para Perguntas Imbecis” (“Snappy Answers To Stupid Questions”). O título entregava o roteiro da piada: alguém perguntava algo ridiculamente óbvio. Na hora da resposta, quatro balões de fala surgiam do interlocutor. Os três primeiros traziam agressões hilárias como resposta, e o último vinha em branco, a ser preenchiada por nós, felizes leitores.

Descanse em paz, Al. Nós, felizes leitores, agradecemos por tudo.

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Escrito por

Pedro Cirne

Meu nome é Pedro, nasci em 1977 em São Paulo e sou escritor e jornalista - trabalho no Estadão e escrevo sobre quadrinhos na TV Cultura.
Lancei dois livros: o primeiro foi "Púrpura" (Editora do Sesi-SP, 2016), graphic novel que eu escrevi e que contou com ilustrações 18 artistas dos oito países lusófonos: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste. Este álbum contemplado pelo Bolsa Criar Lusofonia, concedido a cada dois anos pelo Centro Nacional de Cultura de Portugal.
Meu segundo livro foi o romance "Venha Me Ver Enquanto Estou Viva”, contemplado pelo Proac-SP em 2017 e lançado pela Editora do Sesi-SP em dezembro de 2018.
Como jornalista, trabalhei na "Folha de S.Paulo" de 1996 a 2000 e no UOL de 2000 a 2019.

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