O espanhol Carlos Giménez teve uma infância duríssima dentro de um abrigo militar-católico em Paracuellos. Suas lembranças trazem tristeza, dores, traumas e sonhos de um menino que queria ser quadrinista.
Carlos Giménez virou quadrinista. E esta infância dolorosa está muito presente em seu trabalho. A série semiautobiográfica “Paracuellos” já teve oito livros publicados na Europa, reunidos em dois volumes aqui no Brasil. E agora chegou a vez de seu “epílogo” sair por aqui: “Barrio“, lançada no fim do ano passado pela Comix Zone.
Coloquei “epílogo” entre aspas porque todos os volumes de “Paracuellos” se passam dentro do abrigo que leva este nome, e esta história se passa fora dele, como se vê na sinopse da editora:
“Nesta obra, o autor reconstrói passo a passo o reencontro familiar, seu primeiro trabalho, a rotina do bairro, os amigos, os primeiros amores… momentos e experiências diversas de sua própria vida. Retrata com infinito rigor a sociedade e o cotidiano da Espanha do pós-guerra. São esses relatos, aparentemente desimportantes, sobre o dia a dia das pessoas “normais” que fazem a história silenciosa de um país. Em Barrio, Giménez nos mostra porque é considerado o autor mais importante dos quadrinhos espanhóis das últimas cinco décadas.”