A editora francesa JBE lançou o maior quadrinho do mundo em número de páginas: “ONEPIECE“, uma edição de nada menos do que 21.450 páginas e que custa €1.900 (cerca de R$ 9.900). É tão enorme que é impossível de ler: ao se folhear, as páginas não se abrem o suficiente para permitir a leitura.
A curiosidade seria divertida se não estivesse envolta em desnecessárias polêmicas. Primeiro, o crédito: Eiichiro Oda, criador do mangá, não aparece como autor – ou seja, não ganha royalties. Segundo a editora, quem bolou “ONEPIECE” foi Ilan Manouach, artista plástico que manejou a edição.
Segundo ponto: a JBE não tem direito a publicar “One Piece” na França, privilégio exclusivo da Glénat.
A resposta da JBE é a mesma para os dois pontos: “ONEPIECE” não é um quadrinho, mas um objeto de decoração. Ele não poderia ser lido mesmo se quisesse. Foi inspirado no mangá (que se chama “Um Pedaço”, em tradução literal), mas trata-se de uma obra completamente diferente, que se reflete no nome. “ONEPIECE” ficaria “UMPEDAÇO” em português, o que serve para descrever a forma do objeto (dezenas de mangás reunidos em uma edição única, “único pedaço”) como o conteúdo (“ONEPIECE” traz, justamente, “One Piece” dentro de si.
Não sei se a Shueisha, editora original do mangá, vai entrar na Justiça francesa por conta de “ONEPIECE”. Não conheço a legislação francesa sobre direitos autorais, então não imagino o resultado. Mas gostaria muito de ver a opinião de Eiichiro Oda. Será que ele encarou como uma homenagem (como defende a JBE), como plágio ou um misto dos dois?