A dupla Blake e Mortimer faz parte do panteão das bandas desenhadas (HQs europeias). A série, infelizmente, é bem desconhecida por aqui – segundo o ótimo site Guia dos Quadrinhos, não houve história deles publicadas por aqui (#ficaadica, editoras!).

Talvez você não os conheça, então farei uma breve apresentação: o cientista Philip Mortimer e o espião Francis Blake foram criados em 1946 pelo belga Edgar Pierre Jacobs (1904-87). Suas aventuras misturam mistério e ficção científica, em um estilo que lembra as aventuras de outro belga famoso, o Tintim – Jacobs foi, por anos, assistente de Hergé. Falei de Jacobs e de sua criação máxima nesta coluna, publicada quando Blake e Mortimer completaram 75 anos.

Jacobs publicou 12 álbuns da dupla. Após sua morte, já saíram mais 16, respeitando sempre o espírito o original. E é o mais recente deles, lançado no finalzinho do ano passado, que me chamou a atenção.

O roteirista Jean Van Hamme (famoso por “XIII, já lançado por aqui) e os ilustradores holandeses Peter van Dongen e Teun Berserik publicaram “Le Dernier Espadon” (“O Último Peixe-Espada”). Trata-se de uma referência direta à primeira aventura da série, reunida em três volumes – embora sejam inéditas no Brasil, saíram em Portugal como “O Segredo do Espadão”.

O resumo deste novo álbum é que a dupla se envolve com uma conspiração que envolve o IRA (Exército Republicano Irlandês) e nazistas em um ataque à família real britânica.

A crítica do jornal francês “Le Figaro” é bem favorável: “uma sequência diabolicamente bem-sucedida para esta aventura inaugural da nossa querida dupla de aventureiros britânicos”. Ainda não li – está cada vez mais caro ter acesso a quadrinhos estrangeiros. Mas, seja pelos personagens, pelo roteirista ou pela crítica do “Figaro”, definitivamente parece bem promissor.

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Escrito por

Pedro Cirne

Meu nome é Pedro, nasci em 1977 em São Paulo e sou escritor e jornalista - trabalho no Estadão e escrevo sobre quadrinhos na TV Cultura.
Lancei dois livros: o primeiro foi "Púrpura" (Editora do Sesi-SP, 2016), graphic novel que eu escrevi e que contou com ilustrações 18 artistas dos oito países lusófonos: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste. Este álbum contemplado pelo Bolsa Criar Lusofonia, concedido a cada dois anos pelo Centro Nacional de Cultura de Portugal.
Meu segundo livro foi o romance "Venha Me Ver Enquanto Estou Viva”, contemplado pelo Proac-SP em 2017 e lançado pela Editora do Sesi-SP em dezembro de 2018.
Como jornalista, trabalhei na "Folha de S.Paulo" de 1996 a 2000 e no UOL de 2000 a 2019.

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