Não é à toa que o britânico Alan Moore é considerado um dos maiores roteiristas de quadrinhos do mundo. Sua trajetória é imensa e, por onde passou, deixou marcas importantes – falo aqui de sua carreira. Sua longa fase com o Monstro do Pântano, personagem outrora da terceira divisão da DC Comics, é incrível – e está ganhando uma nova versão no Brasil.

Moore assumiu o título mensal do Monstro do Pântano (Swamp Thing, em inglês) em 1984. Ele era um personagem de histórias de terror, mas que habitava o universo de super-heróis, inclusive interagindo com eles – há um interessante encontro com o Batman, por exemplo. O roteirista britânico manteve um pé nesse universo, mas foi além.

As HQs do Monstro do Pântano voltaram-se ainda mais para o horror, mas com uma passagem pelo sobrenatural: há uma história marcante envolvendo lobisomens, outra com espíritos em uma casa amaldiçoada etc. Mas o mais importante é o tom das histórias: passou a transceder o bem x mal típico dos super-heróis. Não fica tão fácil achar heróis e vilões. Os personagens são mais doloridos, esforçados, imperfeitos, humanos.

O resultado: é uma história mais fantástica do que a outra.

O Monstro do Pântano de Alan Moore abriu o caminho de que as histórias de super-heróis poderiam mirar o leitor adulto. A DC Comics percebeu isso e criou o Vertigo, um selo com histórias voltadas ao “público maduro” – saudades do Vertigo, aliás…

A edição que a Panini esta lançando no Brasil é mastodôntica: o primeiro número de “Monstro do Pântano Por Alan Moore” tem 448 páginas. Se seguir a coleção original americana, serão três volumes.

Please follow and like us:

Escrito por

Pedro Cirne

Meu nome é Pedro, nasci em 1977 em São Paulo e sou escritor e jornalista - trabalho no Estadão e escrevo sobre quadrinhos na TV Cultura.
Lancei dois livros: o primeiro foi "Púrpura" (Editora do Sesi-SP, 2016), graphic novel que eu escrevi e que contou com ilustrações 18 artistas dos oito países lusófonos: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste. Este álbum contemplado pelo Bolsa Criar Lusofonia, concedido a cada dois anos pelo Centro Nacional de Cultura de Portugal.
Meu segundo livro foi o romance "Venha Me Ver Enquanto Estou Viva”, contemplado pelo Proac-SP em 2017 e lançado pela Editora do Sesi-SP em dezembro de 2018.
Como jornalista, trabalhei na "Folha de S.Paulo" de 1996 a 2000 e no UOL de 2000 a 2019.

Quer falar comigo, mas não pelos comentários do post? OK! Meu e-mail é pedrocirne@gmail.com

LinkedIn: https://br.linkedin.com/in/pedro-cirne-563a98169