Semanalmente, venho aqui no Sábado Sessão Saudade sugerir quadrinhos que não sejam lançamentos, mas que sejam muito bons e mereçam uma releitura. Raras vezes eu trouxe dicas de obras de não-ficção – não por desgostar deles, mas simplesmente porque são minoria.

Esses dias, dei uma olhada nessas obras para selecionar três para sugerir por aqui. Acabei ficando com seis – vou guardar metade para a semana que vem só para não quebrar o protocolo :-).

O Fotógrafo – Uma História no Afeganistão”, de Didier Lefèvre, Emmanuel Guibert e Frédéric Lemercier

Essa trilogia é simplesmente incrível. Em 1986, o fotógrafo francês Didier Lefèvre partiu em para uma jornada com a organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) pelo Afeganistão – que estava sendo invadido pela então União Soviética. O objetivo da MSF era cuidar de todos os feridos, sem distinção, e criar um hospital de guerra para as vítimas.

Lefèvre e os membros do MSF partem em uma jornada através de desfiladeiros e trilhas íngremes onde, além de todos os perigos geográficos, ainda havia a possibilidade de serem atacados por um helicóptero soviético. “O Fotógrafo” narra essa jornada de uma maneira incrível: misturando os quadrinhos com lindas fotos em preto-e-branco que Lefèvre tirou na jornada.

Sendero Luminoso – História de uma Guerra Suja”, de Jesús Cossio, Alfredo Villar e Luis Rossel

O Peru é um país grande, com uma vasta história, uma cultura incrível e, ainda por cima, vizinho do Brasil. Mas o que nós sabemos sobre o Peru? De sua história?

A graphic novel “Sendero Luminoso” reúne reportagens em quadrinhos que abordam vários aspectos do violento combate entre o Sendero Luminoso e a ditadura militar peruana (1968-80). Por meio das histórias de vítimas e testemunhas, o livro nos ensina muito sobre este violento período do Peru – e nos faz refletir sobre o perigo que é a ausência da democracia.

Bordados”, de Marjane Satrapi

A franco-iraniana Marjane Satrapi foi uma grande quadrinista – infelizmente para nós, fãs da nona arte, ela nos trocou pelo cinema. “Bordados” é um livro em que relata amigas adultas de seu Irã natal contando acontecimentos de suas vidas. A premissa parece simples, mas por meio de seus relatos e opiniões é possível nos aprofundarmos na sociedade contemporânea iraniana.

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Escrito por

Pedro Cirne

Meu nome é Pedro, nasci em 1977 em São Paulo e sou escritor e jornalista - trabalho no Estadão e escrevo sobre quadrinhos na TV Cultura.
Lancei dois livros: o primeiro foi "Púrpura" (Editora do Sesi-SP, 2016), graphic novel que eu escrevi e que contou com ilustrações 18 artistas dos oito países lusófonos: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste. Este álbum contemplado pelo Bolsa Criar Lusofonia, concedido a cada dois anos pelo Centro Nacional de Cultura de Portugal.
Meu segundo livro foi o romance "Venha Me Ver Enquanto Estou Viva”, contemplado pelo Proac-SP em 2017 e lançado pela Editora do Sesi-SP em dezembro de 2018.
Como jornalista, trabalhei na "Folha de S.Paulo" de 1996 a 2000 e no UOL de 2000 a 2019.

Quer falar comigo, mas não pelos comentários do post? OK! Meu e-mail é pedrocirne@gmail.com

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