Não é só o Coringa que está completando 80 anos em Gotham City… Selina Kyle, a Mulher-Gato, meio heroína, meio vilã e meio paixão eterna do Batman, também.

Assim como faz com o Palhaço do Crime, a DC também está lançando uma edição especial para celebrar a data: “Catwoman 80th Anniversary 100-page Super Spetacular”.

A ladra felina tem uma trajetória cheia de ziguezagues. Começou vilã, tentou se reformar, virou heroína, vilã, anti-heroína… Para deixar sua mitologia ainda mais animada, a DC Comics explorou sua história em uma dimensão paralela, onde ela se casou com o Batman e teve uma filha também heroína: Helena Kyle, a Caçadora.

Eu aproveito a efeméride para listar aquelas que são, na minha opinião, as cinco melhores aventuras da Mulher-Gato. As histórias não obedecem a uma ordem de preferência, mas de quando foram criadas.

1940 – “A Gata”, de Bill Finger, Bob Kane e Jerry Robinson

Ela ainda não se chamava Mulher-Gato, mas e daí? Esta é a primeira história da sedutora ladra Selina Kyle, que na época atendia pela alcunha de Gata.

Ao final da história, o crime foi impedido e ela fugiu, mas Batman não parecia muito preocupado: “Que garota adorável! Que olhos!”. Só faltou usar os dedos para desenhar um coração no ar.

1950 – “A Vida Secreta da Mulher-Gato!”, de Bill Finger, Bob Kane e Lew Sayre Schwartz

Um ponto importante na transformação de vilã adorável para vilã-arrependida-e-agora-heroína nesta história que é uma origem e uma aposentadoria ao mesmo tempo.

Descobrimos que Selina Kyle era uma aeromoça que sofreu um ataque de amnésia e virou a Mulher-Gato sem perceber. Querendo se aposentar do mundo do crime e, ao mesmo tempo, se redimir, ela topa trabalhar com a polícia de Gotham City.

Alguns meses depois, descobrimos que esse lance de amnésia era mentira, mas tudo bem. Ninguém falou que é fácil ser a Mulher-Gato.

1981 – “O Contrato para Matar Kent!”, de E. Nelson Bridwell e Kurt Schaffenberger

É estranho colocar essa história aqui. Primeiro, porque não é a Mulher-Gato da linha cronológica principal – é daquela dimensão paralela onde ela se redimiu. Segundo, porque ela não é a protagonista da história: são o casal Clark Kent e Lois Lane Kent.

Mas é a história que mostra, enfim!, Bruce Wayne e Selina Kyle se casando.

1989 – “Mulher-Gato”, de Mindy Newell e Joe Brozowski

Uma minissérie em quatro números (lançada no Brasil em uma edição única) que apresenta uma nova origem para a personagem. É uma história longe da inocência das aventuras originais, em que a Mulher-Gato era uma ladra nada discreta: usava fantasia de gata e chegou a fugir usando um enorme “carro-gato” estilizado.

Para uma ladra que tinha de fugir da polícia, a Mulher-Gato foi ousada ao escolher este carro nada discreto… O veículo, na verdade, pertence a seu irmão, o também vilão Karl Kyle, o Rei dos Gatos (que só apareceu duas vezes)

Nesta história, também conhecida como “A Guardiã de Sua Irmã”, Selina Kyle é uma prostituta que sofre com seu cafetão e busca aprender a se defender com um boxeador aposentado. O que vai fazer com que ela vista um uniforme de couro e saia por aí? Leia para saber 🙂

2012 – “Batman – O Cavaleiro das Trevas Ressurge”, de Christopher Nolan

Filmaço que encerra a trilogia que Nolan dedicou ao Batman (recomendo todos, aliás). A Mulher-Gato já foi interpretada por ótimas atrizes, como Julie Newmar, Eartha Kitt e Michelle Pfeiffer. Mas Anne Hathaway, até pelo filme em que está inserida, é a minha favorita.

Please follow and like us:

Escrito por

Pedro Cirne

Meu nome é Pedro, nasci em 1977 em São Paulo e sou escritor e jornalista - trabalho no Estadão e escrevo sobre quadrinhos na TV Cultura.
Lancei dois livros: o primeiro foi "Púrpura" (Editora do Sesi-SP, 2016), graphic novel que eu escrevi e que contou com ilustrações 18 artistas dos oito países lusófonos: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste. Este álbum contemplado pelo Bolsa Criar Lusofonia, concedido a cada dois anos pelo Centro Nacional de Cultura de Portugal.
Meu segundo livro foi o romance "Venha Me Ver Enquanto Estou Viva”, contemplado pelo Proac-SP em 2017 e lançado pela Editora do Sesi-SP em dezembro de 2018.
Como jornalista, trabalhei na "Folha de S.Paulo" de 1996 a 2000 e no UOL de 2000 a 2019.

Quer falar comigo, mas não pelos comentários do post? OK! Meu e-mail é pedrocirne@gmail.com

LinkedIn: https://br.linkedin.com/in/pedro-cirne-563a98169