Ontem nós conversamos, aqui no Hábito de Quadrinhos, sobre o personagem Dennis, o Pimentinha – em inglês, Dennis The Menace (a tradução literal seria, Dennis, a Ameaça). Há uma história curiosa sobre ele, que vale comentar aqui.

Dennis é uma criança terrivelmente arteira e aparece vestindo sempre sua camisa listrada com tiras horizontais. Sua primeira tira em quadrinho foi lançada em 12 de março de 1951. Fez muito sucesso, tanto é que é publicado até hoje, décadas depois, em jornais dos Estados Unidos.

Dennis é uma criança terrivelmente arteira e aparece vestindo sempre sua camisa listrada com tiras horizontais. Sua primeira tira em quadrinho foi lançada em 12 de março de 1951. Fez muito sucesso, tanto é que é publicado até hoje, décadas depois, em jornais britânicos.

Sim, são personagens diferentes.

O norte-americano, loiro e com camisa azul e preta, é conhecido aqui no Brasil como Dennis, o Pimentinha. O britânico, de cabelos negros e camisa vermelha e preta, é inédito entre nós, ao menos segundo o Guia dos Quadrinhos, site mais confiável que conheço sobre publicações por aqui.

Para evitar confusão, a tira britânica muda de nome quando publicada nos EUA: vira “Dennis and Gnasher” (“Dennis e Gnasher”), sendo Gnasher o nome de seu cachorro.

O que levou o norte-americano Hank Ketcham e os britânicos George Moonie e David Law a criarem, praticamente ao mesmo tempo, personagens tão parecidos? Acho que só os Deuses dos Quadrinhos podem responder.

O fato é que os dois vão muito bem, obrigado. Dennis (o americano) já foi publicado em mais de 30 países mundo afora, enquanto Dennis (o britânico), acaba de virar um espetáculo de música erudita, apresentado no início deste mês em Londres pela BBC Concert Orchestra.

No momento, nenhum deles está sendo publicado no Brasil, mas, caso você leia em inglês, pode acompanhar os sites oficiais do Dennis americano e do Dennis britânico.

Achei engraçada essa piada dos Deuses dos Quadrinhos de nos proporcionarem dois personagens tão parecidos exatamente no mesmo dia, mas em continentes diferentes. Medo de continuar pesquisando e descobrir que naquele mesmo 12 de março de 1951 um “Dennis the Menace” ruivo estreou em jornais de outro país que fale inglês, como a Austrália ou a Nova Zelândia…

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Escrito por

Pedro Cirne

Meu nome é Pedro, nasci em 1977 em São Paulo e sou escritor e jornalista - trabalho no Estadão e escrevo sobre quadrinhos na TV Cultura.
Lancei dois livros: o primeiro foi "Púrpura" (Editora do Sesi-SP, 2016), graphic novel que eu escrevi e que contou com ilustrações 18 artistas dos oito países lusófonos: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste. Este álbum contemplado pelo Bolsa Criar Lusofonia, concedido a cada dois anos pelo Centro Nacional de Cultura de Portugal.
Meu segundo livro foi o romance "Venha Me Ver Enquanto Estou Viva”, contemplado pelo Proac-SP em 2017 e lançado pela Editora do Sesi-SP em dezembro de 2018.
Como jornalista, trabalhei na "Folha de S.Paulo" de 1996 a 2000 e no UOL de 2000 a 2019.

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