O deus do trovão Thor, como sabemos, não foi criado pela Marvel. É um personagem da mitologia nórdica, e há várias versões dele em quadrinhos, músicas, livros, filmes… Nos filmes, aliás, a minha versão favorita é justamente a da Marvel, graças ao carisma de Chris Hemsworth.

Thor, já de cabelos loiros e martelo Mjolnir nas mãos, voou pela primeira vez nas páginas da Marvel em 1962. A DC já havia se adiantado e publicado, antes disso, sua própria interpretação do personagem – quatro delas, aliás.

A primeira surgiu em 1944 nas páginas de “Whiz Comics”, nº 50. Essa revista, na verdade, não era da DC, mas da rival Fawcett. Anos depois, a editora do Superman comprou o espólio da Fawcett, e esta versão do Thor passou a pertencer a eles.

O Thor (da editora Fawcett) também é um deus nórdicos, mas de cabelos brancos em vez de loiros (acima). Foi criado por Otto Binder em uma história de um dos primeiros super-heróis africanos dos quadrinhos: o egípcio Íbis, o Invencível. Na ocasião, Thor ajudou Íbis a enfrentar… quem? Quem? Quem? Loki, é claro!

Outra versão do Thor, agora surgida na própria DC, apareceu em “Comic Cavalcade”, nº 17, de 1946. Esta versão do asgardiano foi criada por William Moulton Marston e Harry G. Peter, que já haviam estudado outra mitologia (a grega) para criar a Mulher-Maravilha. Nesta história, o personagem (acima) também é retratado de cabelos brancos e está mais para um aventureiro comum do que para um super-herói.

A DC publicou ainda outras interpretações do personagem nas décadas seguintes, mas apenas duas décadas se destacam. Em 1991, o deus nórdico Thor aparece como coadjuvante da brilhante série “Sandman”. Na versão criada por Neil Gaiman (a montanha de músculos sofrendo de ressaca acima), o Deus do Trovão continua muito poderoso, mas é ruivo, machista, incoveniente e, para ser sincero, bem burro.

A quarta versão do Thor é um pouco mais próxima do personagem da Marvel: poderoso, corajoso, um deus aventureiro. Surgiu em “Jack Kirby’s Fourth World” número 1, de 1997, interpretado por John Byrne. Apesar de ruivo, não lembra o grosseirão tosco da versão de Gaiman.

Algum deles se compara ao herói dos quadrinhos a Marvel? Tem gosto para tudo, mas eu diria que… não! 🙂

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Escrito por

Pedro Cirne

Meu nome é Pedro, nasci em 1977 em São Paulo e sou escritor e jornalista - trabalho no Estadão e escrevo sobre quadrinhos na TV Cultura.
Lancei dois livros: o primeiro foi "Púrpura" (Editora do Sesi-SP, 2016), graphic novel que eu escrevi e que contou com ilustrações 18 artistas dos oito países lusófonos: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste. Este álbum contemplado pelo Bolsa Criar Lusofonia, concedido a cada dois anos pelo Centro Nacional de Cultura de Portugal.
Meu segundo livro foi o romance "Venha Me Ver Enquanto Estou Viva”, contemplado pelo Proac-SP em 2017 e lançado pela Editora do Sesi-SP em dezembro de 2018.
Como jornalista, trabalhei na "Folha de S.Paulo" de 1996 a 2000 e no UOL de 2000 a 2019.

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