Uma das cenas marcantes do Universo Cinematográfico Marvel foi quando, na batalha final com Thanos, o Capitão América levantou Mjolnir, o martelo encantado do Thor – aquele que só pode ser erguido por pessoas profundamente nobres. Na sessão em que eu estava, a plateia foi ao delírio… e, pelo que ouvi, isso se repetiu bastante.

Nos quadrinhos da Marvel, outra pessoa que não o Thor levantar seu martelo é raro, mas menos do que no cinema (até porque são trocentas histórias a mais). Apenas dois ficaram em posse d Mjolnir por um tempo considerável: Bill Raio Beta, o nobilíssimo alienígena que acabou conhecido como Bill Raio Thor; e Jane Foster, que ostentou o título de Thor por um tempo (a julgar pelo trailer, é uma das histórias base para este “Thor: Amor e Trovão”, que estreia esta semana).

Os crossovers (encontros entre personagens de editoras rivais) são raros nos quadrinhos. Houve um momento, no final dos anos 90, que viraram modinha, mas o exagero (e a baixa qualidade de alguns) fez com que eles minguassem.

Mesmo sendo tão poucos encontros, houve espaço para que Mulher-Maravilha e Superman demonstrassem sua nobreza – e, cá entre nós, tá faltando o Batman, certeza de que ele também consegue. Enfim, uma breve resumo de quando Mjolnir brilhou na DC Comics.

Na minissérie “DC vs Marvel”, de 1996, os principais heróis de cada editora se enfrentaram – embora os resultados de alguns confrontos tenham decepcionados os leitores, como o embate entre Wolverine e Lobo.

(Aliás, o Thor participa dessa história derrotando outro herói relacionado ao trovão: Shazam, que na época atendia pelo nome de Capitão Marvel.)

E cabe à Mulher-Maravilha enfrentar a poderosa x-man Tempestade. Por um desses acasos do destino, Mjolnir cai ao alcance da amazona, que o pega e se transforma na Deusa do Trovão… para abrir mão dele logo em seguida. Afinal, quer ter uma luta “justa” com a Tempestade – e é derrotada em dois segundos.

Para mim, nada nesse confronto faz sentido. A Mulher-Maravilha é uma guerreira que jamais abriria mão de uma arma – e, mesmo sem ela, já derrotou adversários bem mais poderosos.

Já o momento “Superman do Trovão” aconteceu entre 2003 e 2004, na minissérie “LJA versus Vingadores” – essa sim, diferentemente da anterior, uma bela aventura de super-heróis.

A capa do quarto e último número da minissérie já diz tudo. Nela, há apenas um super-herói de pé, o primeiro e mais icônico deles: o Superman. Mais do que isso: em sua mão esquerda está o escudo do Capitão América; na direita, Mjolnir. Que leitor nerd pode resistir a isso?

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Escrito por

Pedro Cirne

Meu nome é Pedro, nasci em 1977 em São Paulo e sou escritor e jornalista - trabalho no Estadão e escrevo sobre quadrinhos na TV Cultura.
Lancei dois livros: o primeiro foi "Púrpura" (Editora do Sesi-SP, 2016), graphic novel que eu escrevi e que contou com ilustrações 18 artistas dos oito países lusófonos: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste. Este álbum contemplado pelo Bolsa Criar Lusofonia, concedido a cada dois anos pelo Centro Nacional de Cultura de Portugal.
Meu segundo livro foi o romance "Venha Me Ver Enquanto Estou Viva”, contemplado pelo Proac-SP em 2017 e lançado pela Editora do Sesi-SP em dezembro de 2018.
Como jornalista, trabalhei na "Folha de S.Paulo" de 1996 a 2000 e no UOL de 2000 a 2019.

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