O anúncio foi há algumas semanas, mas vale a pena. A editora Pipoca & Nanquim lançará “A Casta dos Metabarões Integral” em três volumes. O primeiro número está previsto para este ano, ainda sem mês definido.

O Metabarão surgiu como coadjuvante da série “Incal”, de Alejandro Jodorowsky e Moebius (falo mais aqui sobre esta incrível obra de fantasia). O franco-chileno Jodorowsky criou um épico futurista que discute religião, materialismo e política em uma história com viagens planetárias, civilizações poderosíssimas e muita ação. Foram 17 volumes no total… Sem contar “A Casta dos Metabarões”, do qual falarei brevemente agora.

O Metabarão é uma espécie de guerreiro perfeito. Não é umm nome, mas um título que pertence a uma longa dinastia de lutadores ferozes, nobres e sofridos. Há apenas uma pincelada de sua rica história durante sua participação em “Incal”. Para aprofundá-la, Jodorowsky se associou ao argentino Juan Giménez (morto pela Covid em 2020) e criaram oito volumes, lançados entre 1992 e 2003. A série, ela mesma um spin-off, fez sucesso e recebeu seus próprios spin-offs, como a prequel “Castaka”.

Não há meio termo na vida de um Metabarão. Tudo é duro, sofrido, intenso. O guerreiro só se torna um Metabarão se derrotar, em um duelo que termina com a morte, o Metabarão anterior – ou seja, seu próprio pai.

Jodorowsky sabe escolher muito bem seus parceiros. Moebius criou um visual riquíssimo para “Incal”, e o mesmo vale para a arte detalhista e grandiloquente de Giménez em “Metabarões”. As páginas trazem cenas enormes, seja retratando impressionantes naves espaciais (abaixo, um exemplo – de nada!) ou infindáveis cenas de ação (batalhas, batalhas e mais batalhas). E funciona também para retratar momentos mais íntimos, como os de dor, luto e superação – que na vida de um Metabarão, como vimos pelo teste que tem de enfrentar para merecer este título, não são poucos.

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Escrito por

Pedro Cirne

Meu nome é Pedro, nasci em 1977 em São Paulo e sou escritor e jornalista - trabalho no Estadão e escrevo sobre quadrinhos na TV Cultura.
Lancei dois livros: o primeiro foi "Púrpura" (Editora do Sesi-SP, 2016), graphic novel que eu escrevi e que contou com ilustrações 18 artistas dos oito países lusófonos: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste. Este álbum contemplado pelo Bolsa Criar Lusofonia, concedido a cada dois anos pelo Centro Nacional de Cultura de Portugal.
Meu segundo livro foi o romance "Venha Me Ver Enquanto Estou Viva”, contemplado pelo Proac-SP em 2017 e lançado pela Editora do Sesi-SP em dezembro de 2018.
Como jornalista, trabalhei na "Folha de S.Paulo" de 1996 a 2000 e no UOL de 2000 a 2019.

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