Uma grande notícia para nós, fãs de quadrinhos. Na verdade, uma notícia muito legal para qualquer brasileiro, nem precisa gostar de HQs. A União Brasileira de Escritores elegeu a talentosíssima Laerte Coutinho como intelectual do ano. Ela levará para casa o valioso (e lindo!) troféu Juca Pato.

Só tinha fera entre os demais finalistas: A paulistana o escritor Carlos Nejar, a historiadora Lilia Moritz Schwarcz, a escritora Nélida Piñon e a jornalista Patrícia Campos Mello.

A seleta lista de vencedores do troféu Juca Pato inclui Érico Verissmo (em 1967) e seu filho Luis Fernando Verissimo (em 1996), Jorge Amado (1969), Luís da Câmara Cascudo (1977), Carlos Drummond de Andrade (1982), Cora Coralina (1983)…

No ano passado, criei uma seção aqui no Hábito de Quadrinhos para comentar aqueles que, na minha opinião, são os 15 melhores quadrinistas do mundo em atividade. Laerte, é claro, estava entre eles. Entre outros motivos, por:

“Acho a fase atual da Laerte a melhor da sua carreira. Há duas constâncias em suas charges (toda terça, na Folha, e alguns outros dias em suas redes sociais) e em suas tiras diárias (em vários jornais nacionais).

A primeira é ver o quanto Laerte domina as técnicas dos quadrinhos. Há tiras que são quase indescritíveis porque ela usa os elementos artísticos de maneiras inusuais, talvez até inéditas. Há algumas em que a ponta do balão de fala, que normalmente associamos apenas como uma pequena parte do próprio balão, é usada de forma completamente diferente. Em outras, o requadro (a linha de contorno do quadro) é usado para qualquer coisa, menos como linha de contorno do quadro.

A segunda constante tem a ver com essa: a imprevisibilidade. Você nunca sabe o que esperar de uma história ou tira dela. E, quando começa, é quase impossível prever o final.”

Eu aproveitei também o aniversário de 70 anos para escrever uma coluna sobre ela na TV Cultura. A meta inicial era selecionar os meus cinco quadrinhos favoritos dela. Escolhi sete, ainda resmungando por deixar alguns de fora.

Parabéns, Laerte, querida. Você merece este prêmio!

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Escrito por

Pedro Cirne

Meu nome é Pedro, nasci em 1977 em São Paulo e sou escritor e jornalista - trabalho no Estadão e escrevo sobre quadrinhos na TV Cultura.
Lancei dois livros: o primeiro foi "Púrpura" (Editora do Sesi-SP, 2016), graphic novel que eu escrevi e que contou com ilustrações 18 artistas dos oito países lusófonos: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste. Este álbum contemplado pelo Bolsa Criar Lusofonia, concedido a cada dois anos pelo Centro Nacional de Cultura de Portugal.
Meu segundo livro foi o romance "Venha Me Ver Enquanto Estou Viva”, contemplado pelo Proac-SP em 2017 e lançado pela Editora do Sesi-SP em dezembro de 2018.
Como jornalista, trabalhei na "Folha de S.Paulo" de 1996 a 2000 e no UOL de 2000 a 2019.

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