“Brasil é um país mais africano do que europeu. Então por qual razão não deveríamos tratar dos quadrinhos africanos?”

Quem faz este questionamento é o acadêmico mineiro Márcio Rodrigues. Ele fala com conhecimento de causa. Afinal, ele é o criador e professor do Curso Quadrinhos Africanos. Como estamos na Semana da Consciência Negra, quis aprender bem mais sobre estas HQs tão diversificadas, mas que raramente chegam ao Brasil.

“Conhecemos e consumimos quadrinhos (e também produções como cinema e literatura) que têm como cenário o continente africano”, diz Rodrigues. “Figuras como Tarzan são bastante conhecidas. Creio que muita gente já viu algo do Fantasma ou do Tintim em sua passagem pelo Congo. No entanto, não consumimos as publicações locais, produzidas por autores do continente.”

Leia, abaixo, este Hábito de Quadrinhos Entrevista.

“Cabetula”, dos gêmeos angolanos Olímpio e Lindomar de Sousa (Angola)

Por favor, conte um pouco sobre você. Onde nasceu e cresceu, em que trabalha… Como você começou a ler quadrinhos? Que obras, personagens ou autores te interessavam?

Nasci em Belo Horizonte, no ano de 1982. Sou um mineiro, filho de um baiano e morei em Beagá até os meus 33 anos. Hoje resido no Maranhão e por dois anos fui docente na Licenciatura Interdisciplinar em Estudos Africanos e Afro-brasileiros da UFMA. Atualmente estou finalizando o meu doutorado pela Universidade Federal do Pará. Então me considero uma pessoa que sempre está se movimentando por aí, alguém que está sempre transitando por diferentes espaços.

Com relação aos quadrinhos, leio desde os meus 5 anos. O contato que tive inicialmente com HQs foi por intermédio do meu pai, que em determinada época assumiu um bico em uma banca de revista para complementar o salário. Eu particularmente cresci num ambiente que considero bastante humilde e sou filho de pais analfabetos. Por vezes, como minha mãe trabalhava na época, meu pai me levava para a banca e para eu ficar quieto me dava alguma HQ para folhear. Deu no que deu.

O primeiro contato com as HQs foi com os super-heróis norte-americanos (lembro vagamente de uma história do Aquaman) e não com a Turma da Mônica, que costuma ser geralmente a primeira referência dos leitores brasileiros. Lá pelos meus 7 anos tive contato até com o Monstro do Pântano, escrito pelo Alan Moore, e um ano depois, em 1990, com 8 anos, li o Homem-Animal, do Grant Morrison, na época da [revista] “DC 2000”. Descobri por meio dessa revista que alguém escrevia os quadrinhos e que os personagens agiam da forma como agiam por serem escritos por alguém. Nesse mesmo período eu comecei a ter o hábito de cortar toda e qualquer revista que aparecia pela minha frente e colava as páginas num caderno para depois escrever sobre quem havia criado tal e qual personagem (tenho até hoje esse caderno). Bem certo que o interesse em compreender os quadrinhos como objeto de criação humana começou por aí.

O que te atraiu na cultura africana? E por que você decidiu focar em quadrinhos africanos, e não, por exemplo, música, literatura ou cinema?

O que me interessa nas culturas africanas é a possibilidade de conhecer outros universos simbólicos, outras referências que são totalmente diversas e diferentes das nossas daqui no Brasil. Lembrando que embora tenha vindo de uma família modesta, sou um homem branco, mas sempre me causou um espanto não ver na minha formação tantas discussões sobre a formação afrodiaspórica do Brasil. Creio que o desconhecimento ou ausência dessas discussões nos anos de formação escolar foram os motivos que me levaram a estudar esses temas.

Antes de mudar para o Maranhão, que é um estado majoritariamente negro, e tentar o concurso por aqui no curso de Estudos Africanos e Afro-Brasileiros, ministrava cursos sobre quadrinhos em espaços de cultura como o Palácio das Artes, em BH.

Como sou historiador de formação, eram cursos sobre como pensar nos quadrinhos como fonte histórica. Geralmente falava de uma diversidade de tradições dentro dos quadrinhos e mencionava algumas produções africanas, mas de forma bastante incipiente quando comecei a ministrar cursos. 

Decidi focar em produções africanas lá pelos anos 2012-2013, quando percebi que em cursos meus acabava falando muito de produções ocidentais. Creio que me perceber dentro de uma visão hegemônica de quadrinhos me motivou a pesquisar sobre outras produções. Então comecei a buscar maiores referências não apenas de quadrinhos africanos, mas de produções latino-americanas, do Sudeste Asiático e Oceania. Minha formação acadêmica é na História e em determinado momento optei em pesquisar quadrinhos, que na minha área de atuação são infelizmente pouco estudados.

Ramón Esono Ebalé (Guiné Equatorial)

Que quadrinhos, ou quadrinistas, africanos você consome hoje?

Atualmente tenho lido e relido autores como o centro-africano Didier Kassaï, o sul-africano Anton Kannemeyer (autor de “Pappa in Africa” e “Pappa in Doubt”) e o equatorial-guineense Ramón Esono Ebalé (mais conhecido pelo “O Pesadelo de Obi”, obra que tece uma crítica ao regime ditatorial na Guiné Equatorial). Do Didier Kassaï, sempre estou lendo e relendo os volumes de “Tempête sur Bangui”.

Considero-me bastante eclético e tento consumir de tudo (não falando apenas de quadrinhos africanos). Nesta semana, por exemplo, estava relendo o “Cabetula”, dos irmãos angolanos Olímpio e Lindomar de Sousa, e duas produções no estilo mangá de dois autores nigerianos. A saber, “Orishas”, do Huzaifa Abubakar, e “Apple Black”, do Odunze Oguguo (mais conhecido como Whyt Manga). Tenho lido bastante essas produções para um curso sobre quadrinhos africanos que tenho ministrado atualmente de forma remota (basta procurar no YouTube por “Curso Quadrinhos Africanos” que é possível encontrar uma série de aulas). Vale lembrar que o que menciono acima não foi publicado no Brasil. 

Como você decidiu estudar academicamente quadrinhos africanos?

Um semestre antes de ingressar no curso de Estudos Africanos da UFMA resolvi oferecer um curso de quadrinhos africanos em um espaço cultural aqui de São Luís. Já estava reunindo materiais há alguns anos. Então quando abriu o edital da UFMA resolvi me inscrever e fui o cara do concurso que cismou de incluir quadrinhos na aula da prova didática. O tema era a ideia e a invenção de África nos quadrinhos e usei bastante referência de autores que representaram o continente africano nos quadrinhos. Acabou tendo boa recepção e fui aprovado. Quando ingressei no curso quis colocar mesmo em prática pesquisas sobre produções africanas. Na estrutura do curso há um eixo interdisciplinar sobre literatura e outras linguagens e desenvolvemos algumas reflexões sobre quadrinhos, tanto em formato de aulas quanto em artigos. 

Tive a oportunidade, durante 2018, de ministrar um curso de curta duração na Universidade de Cabo Verde, em Praia. Foi interessante e serviu para melhor estruturar o que gostaria de estudar academicamente sobre quadrinhos africanos. Para ano que vem lançarei um dossiê em uma revista acadêmica sobre produções em quadrinhos de autoria africana. Enfim, espero contribuir para reflexões e compreensão sobre essas produções como um objeto cultural pertinente.

“Chaka”, de Koffi N’Guessan (Costa do Marfim)

De onde veio a ideia de ensinar sobre quadrinhos africanos?

Da constatação de que o mundo dos quadrinhos é tão vasto para ficarmos presos exclusivamente às imposições mercadológicas. Conhecemos e consumimos quadrinhos (e também produções como cinema e literatura) que têm como cenário o continente africano. Figuras como Tarzan são bastante conhecidas. Creio que muita gente já viu algo do Fantasma ou do Tintim em sua passagem pelo Congo. No entanto, não consumimos as publicações locais, produzidas por autores do continente.

Além disso, a nossa mídia especializada em quadrinhos não dá cobertura às produções do continente africano, como concede aos quadrinhos de tradição franco-belga, norte-americana ou japonesa. Talvez pelo fato de que eles não dariam lucro? Bem certo. Isso cria a ideia equivocada de que não existe produção no continente africano.

A ideia veio também da percepção de que o Brasil é um país mais africano do que europeu. Então por qual razão não deveríamos tratar dos quadrinhos africanos? Há ainda uma lei no Brasil que deveríamos cumprir, a lei 10.639/03, que possibilita práticas de ensino da cultura africana e afro-brasileira nas escolas. Os quadrinhos africanos podem e devem ser uma fonte a ser discutida por exemplo no ensino de História da África.

O que é mais difícil ao estudar (e lecionar sobre) quadrinhos africanos? E o que é mais satisfatório?

Talvez a maior dificuldade de lecionar sobre quadrinhos africanos seja o fato de que trato de um universo que é pouco conhecido pelo público, justamente pelo fato de termos por aqui pouco material traduzido. Dá para contar nos dedos os quadrinhos africanos traduzidos e publicados por aqui.

Às vezes, quando estou mostrando e comentando sobre determinado quadrinho africano vejo que algum inscrito em curso meu manifesta interesse e logo pergunta “esse material tem em português?”. Acabo tendo que responder que não, que se a pessoa quiser ler vai ter que aprender alguma língua estrangeira e tento explicar o porquê de não termos quadrinhos de autores africanos em um país que foi formado pela presença negra africana.

Do mesmo modo como outros objetos culturais produzidos em África, quadrinhos que tenham sido produzidos por autores africanos não costumam ser publicados por aqui e talvez aconteça pela falta de interesse das editoras brasileiras em trazê-los para cá e não custa lembrar que alguns títulos de africanos são publicados em locais como a França (como os álbuns do selo da L’Harmattan). 

Em algumas ocasiões conversei com editores sobre isso e em algumas situações ouvia ou lia algo como “ah, acho que não existe quadrinho africano”. Se alguns editores ou mesmo tradutores consideram equivocadamente que não existe, por exemplo, quadrinhos na Alemanha, imagina se vão levar em consideração produções do continente africano.

Infelizmente no cenário das HQs ainda vivemos sob o manto da colonialidade e do eurocentrismo, em que qualquer produção que fuja de um paradigma já estabelecido ou rentável economicamente não é valorizada e consumida, tanto por editoras quanto pelos leitores.

Eu mesmo busquei na maior cara de pau pedir a alguns canais/sites de grande visibilidade dos quadrinhos que divulgassem atividades minhas em torno dos quadrinhos africanos, que são gratuitas e destinadas aos professores. Raramente encontro aquela solidariedade na divulgação e soa contraditório de quem diz que valoriza a linguagem dos quadrinhos.

Já no ponto da satisfação, acredito que estou contribuindo de algum modo para possibilitar o acesso às produções de HQs sob um olhar dos produtores africanos e, como estudioso da História da África, ajudando a desconstruir estereótipos. Creio também que o acesso aos quadrinhos africanos seria de grande valia para questões como representatividade.

Particularmente, tenho tido a satisfação nos cursos de discutir com pessoas interessadas não apenas em quadrinhos, mas em aprender sobre o continente africano.

“Kayin and Abeni”, de Juni Ba e Kayin and Abeni

Que características são próprias dos quadrinhos africanos? Ou seja, o que eles têm em comum que, por exemplo, os distingue dos mangás, das bandas desenhadas europeias e dos comics norte-americanos?

Basicamente terem sido produzidos ou postos em circulação por sujeitos de procedência do continente africano. Há figuras, como a marfinense Marguerite Abouet, que produzem a partir do cenário das bandas desenhadas francesas, mas as temáticas giram em torno de temas africanos.

Alguns autores, como Koffi N’Guessan, outro marfinense, produzem a partir de seu país, mesmo sendo publicados na França, e têm enredos que tratam de tensões entre tradição e modernidade que são características de algumas produções africanas.

Eu particularmente tendo a considerar cada produção como distinta, avaliar o significado que ela tinha no tempo em que foi produzida, e ver como ela acaba sendo expressiva do lugar onde foi concebida. Então não faz tanto sentido buscarmos uma essência nos quadrinhos africanos e o interessante é fugir de determinismos.

Há autores que misturam de tudo nos quadrinhos, usam de vários repertórios oriundos de outros lugares. Lembrando aqui de um autor do Quênia chamado Salim Busuru [é dele a imagem que abre esta entrevista],  do estúdio Avandu Vosi, que mistura elementos de Star Wars em uma narrativa genuinamente africana, e do Juni Ba, senegalês, que prefere falar e produzir em inglês e tem narrativas e estética que são influenciadas por figuras desde um Mike Mignola e Hugo Pratt, mas cria um produto que discute com o afrofuturismo.

Há alguns anos, São Paulo recebeu uma exposição sobre quadrinhos chamada picha. Você gosta desse nome? Há algum termo melhor para amarrar os quadrinhos africanos?

Sinceramente, discordo do termo picha. Discordo de quem o utiliza como sinônimo de quadrinhos africanos. Esse termo não dá conta de abarcar todo o universo de produções de autores e autoras africanas. O termo é muito específico do universo visual suaíli, podendo ser traduzido de forma imprecisa como “imagem”, “ilustração” ou até mesmo “fotografia”…

Percebo cada dia mais que temos a tendência de rotular e classificar, colocar coisas muito distintas no mesmo balaio, numa operação muito cartesiana, talvez por uma questão de controle. Assim, enquadrar quadrinhos de autores africanos dentro desse termo tende a produzir generalizações.

Se perguntarmos para um autor etíope se esse termo faz sentido dentro da cultura dele, ele pode muito bem falar que prefere usar a expressão “Sensi’il” ሰንሥዕል (que no amárico, língua da Etiópia, seria análogo a um encadeamento de imagens).

Em algumas línguas maternas nem existe termo para quadrinhos (lembrando aqui de uma entrevista com o Didier Kassaï falando que na língua sango falada na República Centro-Africana não existia palavra para quadrinhos e que ele preferia usar mesmo bande dessinée).

Também não aprecio muito o termo quadrinhos africanos, já que há diferenças culturais entre os autores e países. Um autor moçambicano pode preferir designar a produção dele como moçambicana, ao invés de africana, da mesma forma que um desenhista angolano pode colocar em evidência o aspecto da nacionalidade angolana e não ser classificado tão somente como africano.

Há uma multiplicidade de manifestações existentes em torno dos quadrinhos produzidos por autores do continente. Creio que deveríamos fugir de definições essencialistas que expressam uma ideia de uma homogeneidade irrealista. Atualmente eu tenho preferido falar em Quadrinhos a partir da África e por meio deste termo compreender os quadrinhos de autores do continente africano como campo artístico e sociológico bastante variado. [Esta resposta gerou uma mudança no Hábito de Quadrinhos. No Menu, o termo que selecionava nossas matérias para HQs da África era “pichas (africanos)”. Após esta explicação de Rodrigues, mudei para “África”.]

Didier Kassaï (República Centro-Africana)

Dentro dos quadrinhos a partir da África, você identifica escolas diferentes de quadrinhos? Os de países lusófonos, por exemplo, são diferentes dos que falam inglês, francês ou árabe?

Identifico não escolas, mas várias tendências que por vezes não estão em diálogo umas com as outras e não poderiam ser enquadradas dentro de um mesmo rótulo. Creio que é mais interessante pensar que é um cenário diversificado, tal como é o continente africano. Há diferentes redes, variados estilos e múltiplas estratégias de produção e circulação.

Sobre essa ideia de lusofonia ou mesmo francofonia ela nem sempre se verifica na prática. Na Guiné-Bissau, por exemplo, temos uma produção como o N’tori Palan. É uma produção que está na língua crioula guineense, da mesma forma que é possível encontrar em Cabo Verde produções que não estão em português. No caso dos quadrinhos em língua francesa há também diferentes estilos ou temáticas abordadas, que variam de autor para autor dependendo da nacionalidade. Na Nigéria há a presença de grupos de entretenimento.

Então o que produzem é bastante diversificado e podemos até ver que quadrinhos acabam sendo transpostos para outras linguagens como a da animação e que acabam se integrando ao que chamamos de Nollywood. Estamos diante de um cenário vasto que infelizmente é pouco ou nada conhecido pelo público brasileiro.

“Laff Lafrikain”, do Gunther Moss (Camarões)

Você poderia indicar ao leitor do Hábito de Quadrinhos cinco bons quadrinhos a partir da África?

Seguem aqui algumas referências que considero importantes e que o público brasileiro deveria conhecer:

1.  “Tempête sur Bangui“, do centro-africano Didier Kassaï, que é uma crônica em quadrinhos sobre conflitos religiosos na República Centro-Africana. Indico, mas também peço que evitem comparações com obras como as de Joe Sacco (e para isso recomendo a leitura de um texto chamado “Como não se deve comparar o pensamento africano com o ocidental”, do Kwasi Wiredu).

2.  “Laff Lafrikain“, do Gunther Moss (figura extremamente simpática, diga-se de passagem. Já até trocamos ideias e ele é um sujeito muito antenado com questões políticas). O “Laff Lafrikain” tem um traço cartunesco e é uma sátira do cotidiano de uma vila do Camarões.

3. “Kayin and Abeni – Afro Space Adventures“, do senegalês Juni Ba. É um jovem autor, cujos principais temas e tendências em suas obras misturam um modelo estabelecido da cultura mainstream com alegorias de raízes africanas e afrodiaspóricas. Isso resulta, na minha avaliação, em uma mistura que acho muito interessante, em termos de ressignificação.

4. “Akissi“, da costa-marfinense Marguerite Abouet. Infelizmente aqui no Brasil não teve tanta visibilidade, assim como uma outra série da autora, o “Aya de Yopougon”. “Akissi” é uma série em histórias em quadrinhos roteirizada pela Marguerite Abouet, ilustrada pelo desenhista francês Mathieu Sapin e colorizada por Clémence. É uma narrativa focada nas experiências inusitadas de Akissi, protagonista título, uma garotinha habitante da Costa do Marfim, atrapalhada e que se mete constantemente em confusões. Indicaria para crianças, que se identificariam ali de algum modo e também conheceriam um pouco do universo da infância no continente africano.

5. “Pappa in Afrika“, do sul-africano Anton Kannemeyer, que também assina como “Joe Dog”. É a obra de um artista branco de origem africâner e, pela forma como expõe em seus trabalhos, reconhece seu lugar simbólico privilegiado na África do Sul pós-Apartheid, assim como critica o legado africâner ao país. O africâner é representado por meio de Pappa, uma versão paródica do Tintin e serve uma releitura crítica do passado colonial e do próprio colonizador. Eu indicaria por ser também uma autorreflexão sobre o lugar de fala dentro da branquitude.

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Escrito por

Pedro Cirne

Meu nome é Pedro, nasci em 1977 em São Paulo e sou escritor e jornalista - trabalho no Estadão e escrevo sobre quadrinhos na TV Cultura.
Lancei dois livros: o primeiro foi "Púrpura" (Editora do Sesi-SP, 2016), graphic novel que eu escrevi e que contou com ilustrações 18 artistas dos oito países lusófonos: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste. Este álbum contemplado pelo Bolsa Criar Lusofonia, concedido a cada dois anos pelo Centro Nacional de Cultura de Portugal.
Meu segundo livro foi o romance "Venha Me Ver Enquanto Estou Viva”, contemplado pelo Proac-SP em 2017 e lançado pela Editora do Sesi-SP em dezembro de 2018.
Como jornalista, trabalhei na "Folha de S.Paulo" de 1996 a 2000 e no UOL de 2000 a 2019.

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