Ontem eu comecei a contar o que costumo responder quando me dizem “Quero começar a ler quadrinhos, o que você me sugere?”.

Não vou sugerir terror para quem gosta de comédia, nem aventura aos quem gostam de erotismo, então primeiro tento saber do que a pessoa gosta.

Minha lista tem mais de 20 HQs, divididas em dez pequenas seções. Ontem, publiquei sugestões para os seguintes temas:

  • Gosto de romance/comédia romântica
  • Para pensar/espiritual
  • Prefiro aventuras
  • Quero dar risada
  • Surpreenda-me!

A listinha de hoje terá:

  • Gosto de terror
  • Quero dar risada (de novo!)
  • Eu quero é uma boa história, pode escolher qualquer coisa
  • Um quadrinho para ler com meus filhos
  • Eu me amarro em erotismo

Então, vamos ao que interessa!

Gosto de terror

  • Gibi de Menininha – Historietas de Terror e Putaria”: o título entrega quase tudo, exceto que os dois volumes dessa antologia trazem o trabalho de 13 quadrinistas brasileiras, como Germana Viana e Roberta Cirne (nós não temos certeza se somos primos, mas nos tratamos como se fôssemos :-)).
  • O Ditador Frankenstein” é uma antologia que reúne parte do trabalho de Júlio Shimamoto, artista com décadas de ótimas contribuições para os quadrinhos brasileiros.

Quero dar risada

  • Adão Iturrusgarai não poupa nada nem ninguém, muito menos ele mesmo. Cutuca a ferida com o dedo, a mão inteira e um pedaço do braço. Se não conhece, comece com “Minha Vida Ridícula”.
  • Adoro a série “Os Passarinhos”, de Estevão Ribeiro. É uma tira estrelada por dois… passarinhos, obviamente. Hilária.
  • Mundinho Animal”, de Arnaldo Branco, é uma das melhores e mais engraçadas críticas a nós, brasileiros. Recomendo, apesar de (ou exatamente por isso) ser um dos alvos.

Eu me amarro em erotismo

  • Tianinha”, de Laudo Ferreira, mistura humor e erotismo nas buscas físicas (e espirituais!) da personagem-título.
  • Que tal o inusitado “Suruba para Colorir”? São dois volumes que reúnem vários autores para propor aquilo que o título promete.

Eu quero é uma boa história, pode escolher qualquer coisa

  • Qualquer HQ escrita pelo ótimo escritor e desenhista Mário César. No momento, ele está criando o lindo drama “Bendita Cura”, sobre uma família que não aceita o filho gay. Um tema atual retratado em um ótimo trabalho.
  • Idem para o trabalho do ótimo André Diniz. Ele transita por vários gêneros, então a pessoa vai ter de escolher por si… Mas “Morro da Favela”, de Diniz e Mauricio Hora, é uma excelente pedida.
  • Jeremias – Pele”, de Rafael Calça e Jefferson Costa, pega um personagem não tão conhecido da Turma da Mônica e nos propicia uma bela reflexão sobre racismo na sociedade brasileira.
  • Angola Janga – Uma História de Palmares”, de Marcelo D’Salete, nos coloca no Brasil do século 16 – para ser preciso, na luta de negros para fugirem da escravidão e se organizarem em uma sociedade em que poderiam ter uma vida digna.

Um quadrinho para ler com meus filhos

Temos um monte de bons exemplos brasileiros, né? É até maldade escolher só dois…

  • Bear”, de Bianca Pinheiro: história fofa e envolvente de uma menina que procura seus pais com a ajuda de um… urso.
  • O autobiográfico “A Vida com Logan”, de Flavio Soares é ótimo (tenho um original dele autografado aqui em casa). É um cotidiano do autor com seus filhos (um deles tem síndrome de Down).

Assim como ontem, passei um pouquinho de dez sugestões…

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Escrito por

Pedro Cirne

Meu nome é Pedro, nasci em 1977 em São Paulo e sou escritor e jornalista - trabalho no Estadão e escrevo sobre quadrinhos na TV Cultura.
Lancei dois livros: o primeiro foi "Púrpura" (Editora do Sesi-SP, 2016), graphic novel que eu escrevi e que contou com ilustrações 18 artistas dos oito países lusófonos: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste. Este álbum contemplado pelo Bolsa Criar Lusofonia, concedido a cada dois anos pelo Centro Nacional de Cultura de Portugal.
Meu segundo livro foi o romance "Venha Me Ver Enquanto Estou Viva”, contemplado pelo Proac-SP em 2017 e lançado pela Editora do Sesi-SP em dezembro de 2018.
Como jornalista, trabalhei na "Folha de S.Paulo" de 1996 a 2000 e no UOL de 2000 a 2019.

Quer falar comigo, mas não pelos comentários do post? OK! Meu e-mail é pedrocirne@gmail.com

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