
Já fiz aqui no Hábito de Quadrinhos duas listas inspiradas no trabalho de Osamu Tezuka: seus melhores mangás para crianças e os voltados para adultos. Mas ele não foi “apenas” um mangaká.
Tezuka amava cinema, especialmente desenhos animados. Criou animês – tanto séries quanto filmes. Eu poderia fazer uma lista com as séries animadas dele, mas vi apenas pouquíssimos episódios de algumas delas. Acho que ficaria… injusta.
(Mesmo assim, deixo aqui meu pitaco: “Astro Boy” ficaria em primeiro lugar, pelo papel que teve de divulgar internacionalmente o trabalho de Tezuka, seguido pelo fofo “A Princesa e o Cavaleiro” e pelo experimental “Tropa Galática”, uma fantasia de 1963 ambientada no espaço e filmada com bonecos em vez de desenhos.)

Então, fechei meu ranking apenas com os filmes dele que não integram séries. Normalmente, são obras que misturam humor, música, preocupações sociais e muito experimentalismo.
Curiosidade: tem um filme dele considerado perdido para quem não fala japonês: “Cleopatra”, lançado em 1970. Trata-se de uma aventura que envolve viagem no tempo e sexo – tanto que foi lançada nos Estados Unidos como “Cleopatra: Queen of Sex” (“Cleópatra – A Rainha do Sexo”).

Nunca achei nenhuma versão desse filme legendada ou dublada em algum idioma que não seja o japonês – na verdade, não achei nem na língua original, mas certamente existe em algum lugar.
Enfim, vamos à minha lista:

3º – “Quadros de uma Exposição”
Lançado em 1968, traz histórias curtas conduzidas pela música clássica do compositor russo Modest Mussorgsky. Uma delícia de ver (e ouvir).

2º – “Jumping”
Divertido, inusitado e incrivelmente bem feito. Recebeu o Grande Prêmio do Festival de Animação de Zabreb de 1984. Queria dar detalhes do roteiro, mas estragaria a graça de ver.
Posso, entretanto, dizer que o protagonista… salta.

1º – “Histórias de uma Esquina”
Uma história incrível nas ruas de uma cidade japonesa sem nome. Seus protagonistas são uma garotinha, um ratinho e, principalmente… os pôsteres pendurados nas paredes. Um roteiro inteligente e atual, com direito a curtos números musicais e a um final surpreendente.