Talvez você já tenha visto alguma animação do japonês Hayao Miyazaki, cocriador do mágico Studio Ghibli… Por exemplo:

  • “A Viagem de Chihiro”, vencedor do Urso de Ouro no Festival de Cinema de Berlim, Oscar (categoria de melhor animação) e mais 3 ou 4 dezenas de prêmios
  • “O Castelo Animado”, vencedor de duas dezenas de prêmios e mais um monte de indicações (como ao Oscar de melhor animação)
  • “Meu Amigo Totoro”, “Princesa Monomoke”, “Ponyo”…

Pois esse mesmo Miyazaki, nascido em Tóquio em 1941, também é um mangaká de mão cheia. E a editora JBC anunciou que vai relançar aqui uma grande obra dele: “Nausicaä do Vale do Vento”.

O mangá foi publicado originalmente em 59 capítulos, lançados de 1982 a 1994. Essas histórias foram reunidas em uma coleção em formato de livro com sete volumes.

A coleção brasileira, iniciada em 2009, ficou incompleta: só os cinco primeiros volumes foram lançados – alguns leitores aguardam até hoje a conclusão da série. A notícia do relançamento de “Nausicaä” é de março, mas há uma razão por eu a estar publicando aqui hoje: eu sou um dos que está esperando pelo final!

Um longa-metragem animado – dirigido por Miyazaki, claro – adaptou a história para o cinema em 1984, quando o mangá ainda estava longe do final. Lançado antes da criação do Studio Ghibli, esse filme é tido como parte do seu acervo por ter em sua produção seus principais membros. Para quem gosta de assistir, além de ler, está disponível no catálogo da Netflix desde março.

Fiquei assim, olhando para o horizonte, esperando os dois últimos volumes serem lançados

O mangaká Miyazaki tem, claro, muito a ver com o diretor de cinema. “Nausicaä do Vale do Vento” é uma HQ que se passa em um futuro distópico, em que a Terra foi quase totalmente destruída por inépcia do ser humano, que não soube cuidar do meio ambiente.

A preocupação com a natureza é ululante – os protagonistas vivem cercados por uma Floresta Tóxica, um ecossistema que, em vez de estimular a vida, é um constante risco de morte para quem a atravessa. Os animais também sofreram mutações, obviamente, e surgiram espécies que parecem com insetos gigantescos – também perigosos, claro.

E tudo por culpa de quem? Dica: de um animal bípede, com polegar opositor e inteligente, mas que usou armas devastadoras sem pensar nas consequências.

E é aí que surge Nausicaä, a princesa do Vale dos Ventos. Corajosa, inteligente, preocupada com animais, vegetais e seres humanos na mesma medida, ela luta para levar a paz não só a seu povo, mas a todos a seu redor.

“Nausicaä do Vale do Vento” é recomendado para quem gosta de mangá – e para quem não gosta, como primeiro passo para entrar em contato com esse mundo.

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Escrito por

Pedro Cirne

Meu nome é Pedro, nasci em 1977 em São Paulo e sou escritor e jornalista - trabalho no Estadão e escrevo sobre quadrinhos na TV Cultura.
Lancei dois livros: o primeiro foi "Púrpura" (Editora do Sesi-SP, 2016), graphic novel que eu escrevi e que contou com ilustrações 18 artistas dos oito países lusófonos: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste. Este álbum contemplado pelo Bolsa Criar Lusofonia, concedido a cada dois anos pelo Centro Nacional de Cultura de Portugal.
Meu segundo livro foi o romance "Venha Me Ver Enquanto Estou Viva”, contemplado pelo Proac-SP em 2017 e lançado pela Editora do Sesi-SP em dezembro de 2018.
Como jornalista, trabalhei na "Folha de S.Paulo" de 1996 a 2000 e no UOL de 2000 a 2019.

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