Você viu, eu vi, todo mundo viu. Há algumas semanas, extremistas apoiadores de Donald Trump invadiram o Capitólio (o Congresso dos EUA). Alguns deles usavam camisetas do Capitão América. Aliás, é possível ver na internet esses extremistas trompistas usam, em outros eventos, não só camisetas, mas também bandeiras, pôsteres e até escudos deste super-herói. E isso não faz sentido.
Quem alertou para essa patacoada foi Neil Kirby, o filho de Jack Kirby – cocriador do personagem, ao lado de Joe Simon. Semana passada, Neil Kirby emitiu uma declaração aos insurrecionistas. Destaco um trecho:
“O Capitão América é o oposto absoluto de Donald Trump. Ele é altruísta, Trump é egoísta. O Capitão América luta por nosso país e por nossa democracia, Trump luta por poder pessoal e autocracia. Onde o Capitão América está com o homem comum, Trump está com os poderosos e privilegiados.”
O Capitão América é patriota, mas não tem fé cega a seu país. Ele é crítico. E escândalos políticos refletem em suas histórias. Em 1974, Richard Nixon renunciou à presidência dos EUA após o escândalo conhecido como Watergate. Nas HQs, Steve Rogers abandona o uniforme e o codinome que o deixaram famoso e vira o Nômade (imagem acima).
Em 1986, Ronald Reagan se envolve no escândalo Irã-Contras. No ano seguinte, o Capitão América renuncia de novo e vira o Capitão (imagem abaixo).
Explico melhor esta história na minha coluna semanal no site oficial da TV Cultura.