A Suíça está, há anos (anos!) preparando um grande museu dedicado aos quadrinhos. Teve concurso para arquitetura do prédio (mais de 80 inscritos), financiamento milionário do governo de Genebra etc. A previsão é de que seja inaugurado em 2027. O futuro diretor do museu será o suíço Zep, pseudônimo de Philippe Chappuis – é o criador do carismático Titeuf (abaixo).

O museu será instalado em Genebra, mais precisamente em um casarão histórico do século 19. Não é por acaso: trata-se da cidade natal de Rodolphe Töpffer (1799-1846), artista fabuloso, um dos precursores (ou inventores) dos quadrinhos como conhecemos hoje. Ele é autor da HQs incríveis, criadas na primeira metade do século 19, como “Monsieur Crépin” (imagem que abre este texto). Certamente será um dos homenageados, ao lado de outros grandes nomes locais, como Ceppi e Frédéric Peeters. Töpffer, inclusive, é o nome do mais importante prêmio suíço dedicado à nona arte.

Sei que ir para a Suíça é completamente fora de mão para a maioria de nós (eu inclusive). Mas acho a notícia legal demais para passar batida. E, claro, já passou da hora de termos um grande museu de quadrinhos por aqui – o Gualberto Costa e a Daniela Rangel Baptista lutam desde 2001 pelo Instituto do Memorial das Artes Gráficas do Brasil – quem sabe um dia não ficará como eles desejam?

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Escrito por

Pedro Cirne

Meu nome é Pedro, nasci em 1977 em São Paulo e sou escritor e jornalista - trabalho no Estadão e escrevo sobre quadrinhos na TV Cultura.
Lancei dois livros: o primeiro foi "Púrpura" (Editora do Sesi-SP, 2016), graphic novel que eu escrevi e que contou com ilustrações 18 artistas dos oito países lusófonos: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste. Este álbum contemplado pelo Bolsa Criar Lusofonia, concedido a cada dois anos pelo Centro Nacional de Cultura de Portugal.
Meu segundo livro foi o romance "Venha Me Ver Enquanto Estou Viva”, contemplado pelo Proac-SP em 2017 e lançado pela Editora do Sesi-SP em dezembro de 2018.
Como jornalista, trabalhei na "Folha de S.Paulo" de 1996 a 2000 e no UOL de 2000 a 2019.

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