A DC Comics anunciou, neste final de semana, o retorno da Vertigo, um selo que foi muito importante na história da editora para aproximá-la de leitores adultos e para permitir que roteiristas e ilustradores desenvolvessem trabalhos mais autorais e/ou experimentais.

Fundada em 1993 e oficialmente extinta em 2019, após um período em que foi “murchando” com cada vez menos lançamentos, a Vertigo lançou alguns dos ótimos títulos, outros nem tanto.

Os artistas tinham liberdade para “reinterpretar” personagens ou títulos que já existiam, e assim surgiram o “Sandman” de Neil Gaiman, a incrível fase do “Monstro do Pântano” de Alan Moore, o Constantine de Jamie Delano (e o de seu sucessor, Garth Ennis) e a revitalização da Patrulha do Destino por Grant Morrison. Havia ainda liberdade para trabalhos autorais que partissem do zero, como os “Invisíveis”, de Grant Morrison, e o irreverente “Preacher, de Garth Ennis e Steve Dillon. Foi uma geração incrível.

Com o fim da Vertigo em 2019, a DC lançou no ano seguinte o selo Black Label. A ideia era receber títulos de super-heróis em que os autores não precisam ficar presos à continuidade. Ou seja, em tese, podem ser mais criativos e levar seus personagens às últimas consequências. Também podem abordar temas mais pesados, que editores avaliam que não ficariam bem nas mãos do público-alvo das HQs tradicionais. Na prática, um substituto da Vertigo. Pelo visto, a editora avaliou que não deu muito certo, já que está ressuscitando a Vertigo apenas quatro anos depois.

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Escrito por

Pedro Cirne

Meu nome é Pedro, nasci em 1977 em São Paulo e sou escritor e jornalista - trabalho no Estadão e escrevo sobre quadrinhos na TV Cultura.
Lancei dois livros: o primeiro foi "Púrpura" (Editora do Sesi-SP, 2016), graphic novel que eu escrevi e que contou com ilustrações 18 artistas dos oito países lusófonos: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste. Este álbum contemplado pelo Bolsa Criar Lusofonia, concedido a cada dois anos pelo Centro Nacional de Cultura de Portugal.
Meu segundo livro foi o romance "Venha Me Ver Enquanto Estou Viva”, contemplado pelo Proac-SP em 2017 e lançado pela Editora do Sesi-SP em dezembro de 2018.
Como jornalista, trabalhei na "Folha de S.Paulo" de 1996 a 2000 e no UOL de 2000 a 2019.

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