A DC Comics anunciou, neste final de semana, o retorno da Vertigo, um selo que foi muito importante na história da editora para aproximá-la de leitores adultos e para permitir que roteiristas e ilustradores desenvolvessem trabalhos mais autorais e/ou experimentais.
Fundada em 1993 e oficialmente extinta em 2019, após um período em que foi “murchando” com cada vez menos lançamentos, a Vertigo lançou alguns dos ótimos títulos, outros nem tanto.
Os artistas tinham liberdade para “reinterpretar” personagens ou títulos que já existiam, e assim surgiram o “Sandman” de Neil Gaiman, a incrível fase do “Monstro do Pântano” de Alan Moore, o Constantine de Jamie Delano (e o de seu sucessor, Garth Ennis) e a revitalização da Patrulha do Destino por Grant Morrison. Havia ainda liberdade para trabalhos autorais que partissem do zero, como os “Invisíveis”, de Grant Morrison, e o irreverente “Preacher, de Garth Ennis e Steve Dillon. Foi uma geração incrível.
Com o fim da Vertigo em 2019, a DC lançou no ano seguinte o selo Black Label. A ideia era receber títulos de super-heróis em que os autores não precisam ficar presos à continuidade. Ou seja, em tese, podem ser mais criativos e levar seus personagens às últimas consequências. Também podem abordar temas mais pesados, que editores avaliam que não ficariam bem nas mãos do público-alvo das HQs tradicionais. Na prática, um substituto da Vertigo. Pelo visto, a editora avaliou que não deu muito certo, já que está ressuscitando a Vertigo apenas quatro anos depois.