A minissérie “Falcão e o Soldado Invernal”, do Universo Cinematográfico Marvel, foi um desbunde para fãs do Capitão América. Reuniu personagens que não são exatamente protagonistas nas HQs – os dois personagens-título – e mais uma participação para lá de especial: Isaiah Bradley, vivido por Carl Lumbly.
A origem do Capitão América, hoje bem difundida na cultura pop, é a mesma desde 1941, quando o herói surgiu nos quadrinhos: um rapaz franzino, inteligente e corajoso recebe um tal Soro do Supersoldado e se torna um super-herói militar fortíssimo.
Mais de 60 anos depois de essa origem ser publicada, a Marvel deu um passo além, com uma camada social para abordar o racismo nesta história. Basicamente, a pergunta era: será que os Estados Unidos dos anos 40, um país que ainda tinha segregação racial, faria experiências científicas com um rapaz loiro e de olhos azuis de classe média, e não em negros pobres?
A resposta saiu na minissérie “Truth: Red, White & Black”, de 2003, escrita por Robert Morales e ilustrada por Kyle Baker. “Falcão e o Soldado Invernal” bebe muito nessa minissérie, especialmente na caracterização sofrida e dolorosa que o talentoso Carl Lumbly deu a Isaiah Bradley.
Dezoito anos após sua publicação nos EUA, a mini com a origem de Bradley sai no Brasil em volume único, com o nome de “Capitão América: A Verdade“. Além da premissa inteligente e original, é uma oportunidade para ver a arte totalmente autoral de Kyle Baker.