A minissérie “Falcão e o Soldado Invernal”, do Universo Cinematográfico Marvel, foi um desbunde para fãs do Capitão América. Reuniu personagens que não são exatamente protagonistas nas HQs – os dois personagens-título – e mais uma participação para lá de especial: Isaiah Bradley, vivido por Carl Lumbly.

A origem do Capitão América, hoje bem difundida na cultura pop, é a mesma desde 1941, quando o herói surgiu nos quadrinhos: um rapaz franzino, inteligente e corajoso recebe um tal Soro do Supersoldado e se torna um super-herói militar fortíssimo.

Mais de 60 anos depois de essa origem ser publicada, a Marvel deu um passo além, com uma camada social para abordar o racismo nesta história. Basicamente, a pergunta era: será que os Estados Unidos dos anos 40, um país que ainda tinha segregação racial, faria experiências científicas com um rapaz loiro e de olhos azuis de classe média, e não em negros pobres?

A resposta saiu na minissérie “Truth: Red, White & Black”, de 2003, escrita por Robert Morales e ilustrada por Kyle Baker. “Falcão e o Soldado Invernal” bebe muito nessa minissérie, especialmente na caracterização sofrida e dolorosa que o talentoso Carl Lumbly deu a Isaiah Bradley.

Dezoito anos após sua publicação nos EUA, a mini com a origem de Bradley sai no Brasil em volume único, com o nome de “Capitão América: A Verdade“. Além da premissa inteligente e original, é uma oportunidade para ver a arte totalmente autoral de Kyle Baker.

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Escrito por

Pedro Cirne

Meu nome é Pedro, nasci em 1977 em São Paulo e sou escritor e jornalista - trabalho no Estadão e escrevo sobre quadrinhos na TV Cultura.
Lancei dois livros: o primeiro foi "Púrpura" (Editora do Sesi-SP, 2016), graphic novel que eu escrevi e que contou com ilustrações 18 artistas dos oito países lusófonos: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste. Este álbum contemplado pelo Bolsa Criar Lusofonia, concedido a cada dois anos pelo Centro Nacional de Cultura de Portugal.
Meu segundo livro foi o romance "Venha Me Ver Enquanto Estou Viva”, contemplado pelo Proac-SP em 2017 e lançado pela Editora do Sesi-SP em dezembro de 2018.
Como jornalista, trabalhei na "Folha de S.Paulo" de 1996 a 2000 e no UOL de 2000 a 2019.

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