Sábado é dia da Sessão Saudade (em que sugiro três quadrinhos que são diferentes entre si). Já abordamos aqui aventuras, LGBTQ+ e humor. Inspirado no que se passa no mundo ao nosso redor, pensei em… é, terror.

Death Note”, de Tsugumi Ohba e Takeshi Obata

Esse mangá de alta qualidade foi lançado de 2003 a 2006. A premissa: um rapaz inteligente encontra um caderno sobrenatural. Em pouco tempo, percebe que se escrever o nome de uma pessoa no tal “death note” (daí o título da série, “caderno da morte”), a pessoa falece.

O rapaz é, em tese, bem intencionado. Resolve ajudar o mundo. Isso dá a ele o direito de sair matando criminosos? E os devidos processos penais? E os corruptos? E quem pratica bullying contra ele?

A lista de reflexões não para. Nem a tensão. Uma ótima pedida.

Do Inferno”, de Alan Moore e Eddie Campbell

Jack, o Estripador, existiu. E nós não sabemos quem ele é, mas podemos imaginar. Assim, Alan Moore nos presenteia com uma de suas melhores obras – e, vindo dele, isso não é pouco.

Lançado de 1989 a 1996, “Do Inferno” chega a quase 600 páginas de quadrinhos. Além da narrativa brilhante, a edição é sempre acompanhada de comentários de Alan Moore sobre cada página: por que ele colocou tal personagem naquela situação, de onde veio esse diálogo, por que era importante mostrar aquele local etc.

Além de ótima leitura, vira uma aula de como escrever.

Legião”, de Salvador Sanz

Talvez você não conheça o trabalho do argentino Salvador Sanz. Nenhum livro dele foi para o cinema (ainda…), não desenhou o Batman ou os X-Men. Mas já há boas opções dele em português, e todas transitam entre o terror e a fantasia.

Eu poderia escolher qualquer uma delas, pois são todas de ótima qualidade, mas fiquei com “Legião”. Por quê? Repare em como começa: uma pintora desenvolve uma cor nova, chove sangue sobre Buenos Aires e tem uma certa música que… Não importa. O portal foi aberto. Para saber o que vem dele, só lendo. 🙂

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Escrito por

Pedro Cirne

Meu nome é Pedro, nasci em 1977 em São Paulo e sou escritor e jornalista - trabalho no Estadão e escrevo sobre quadrinhos na TV Cultura.
Lancei dois livros: o primeiro foi "Púrpura" (Editora do Sesi-SP, 2016), graphic novel que eu escrevi e que contou com ilustrações 18 artistas dos oito países lusófonos: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste. Este álbum contemplado pelo Bolsa Criar Lusofonia, concedido a cada dois anos pelo Centro Nacional de Cultura de Portugal.
Meu segundo livro foi o romance "Venha Me Ver Enquanto Estou Viva”, contemplado pelo Proac-SP em 2017 e lançado pela Editora do Sesi-SP em dezembro de 2018.
Como jornalista, trabalhei na "Folha de S.Paulo" de 1996 a 2000 e no UOL de 2000 a 2019.

Quer falar comigo, mas não pelos comentários do post? OK! Meu e-mail é pedrocirne@gmail.com

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